Uma das
virtudes do fruto do Espírito descritas em Gálatas 5 é a paciência. Mas… você
já parou para se perguntar por quê? Por que Deus se preocupa justamente em
desenvolver em nós a capacidade de esperar? A verdade é que eu e você não
sabemos esperar, queremos tudo para ontem, perdemos o sossego enquanto algo que
desejamos não ocorre. E aí dá aquela sensação de demora nas coisas que – em
nossa opinião – deveriam acontecer imediatamente, segundo a NOSSA vontade.
Pronto, e aí, quando não conseguimos o que queremos na hora em que queremos,
entramos numa espiral de nervosismo, ansiedade, irritação.
Então o
grande fator aqui um só: o tempo. É o “quando”. Pois a pergunta “quando,
Senhor?l” está em confronto direto com a manifestação da paciência. Por isso,
quando não temos paciência, enfiamos os pés pelas mãos, fazemos besteiras,
erramos feio, nos machucamos e machucamos o nosso próximo. E Deus sabe disso.
Logo, sempre há um preço a ser pago diante do Eterno pela impaciência. Pois
impaciência demonstra que não confiamos o suficiente em Deus para esperar que
Ele aja.
A paciência
é uma qualidade tão importante na vida dos que querem viver em intimidade com
Deus que em Romanos 15.5 o Senhor é chamado de “Deus da paciência” Ou seja,
dentre tantas características do Pai que o apóstolo Paulo poderia ter destacado
– como amor, justiça, ira, poder, majestade, soberania etc – ele foi inspirado
pelo Espírito para destacar logo essa. Isso é à toa? Não, nada na Biblia é à
toa.
Sendo um
atributo tão digno de nota do Criador, evidentemente também é o que Ele espera
de seus filhos. Tiago 5.10 nos manda tomar como exemplo o sofrimento e a…
paciência… dos profetas como duas grandes referências para nossas vidas. Ou
seja: agrada ao Senhor que sejamos pacientes, que não saiamos armando esquemas
para conseguirmos o que queremos num tempo que pode – e provavelmente não é – o
determinado por Deus.
Salmos 40.1
nos dá a fórmula do sucesso para recebermos de Deus a atenção dEle quanto ao
que queremos: “Esperei com paciência pelo Senhor, e ele se inclinou para mim
e ouviu o meu clamor“. Ou seja: é preciso ter paciência para obter as
respostas do Altíssimo. Uma das passagens mais lindas e significativas da
Bíblia a esse respeito está em Gênesis 29.20, que descreve o exercício de
paciência de Jacó para poder se casar com a mulher que ele amava, Raquel: “Então
Jacó trabalhou sete anos por Raquel, mas lhe pareceram poucos dias, pelo tanto
que a amava“. Lindo, simplesmente perfeito. Jacó sabia tão exatamente o que
ele queria que foi capaz de esperar sete anos para alcançar o tão almejado
objetivo. Ele traçou uma meta, mirou no alvo e partiu em direção ao que seu
coração desejava. O tempo? Foi irrelevante.
Depois, após
casar-se com Raquel, ainda teve de trabalhar mais sete anos para seu sogro,
como parte do acordo, num total de 14 anos. E o texto bíblico diz que esse
looooongo tempo ainda “lhe pareceram poucos dias”. Extraordinário!
E aqui, pare
para pensar: nós mal conseguimos esperar com paciência dez minutos por um
ônibus, ao passo que aquele homem esperou sete anos para ter o que queria. Sete
anos! Sete longos anos. 2.555 dias. E depois ainda trabalhou outros sete, para
honrar seu acordo com seu sogro. Que exemplo de paciência bem recompensada! Que
modelo fantástico a ser seguido!
E mais: não
sei se você já parou pra pensar nisso, mas quem foi o filho de Jacó e Raquel?
Se Jacó não tivesse tido a paciência de esperar por Raquel, o filho do casal,
José, nunca teria nascido. E José foi o homem que décadas depois salvaria o
Egito e as nações vizinhas de perecer em uma terrível crise de fome. E,
curiosamente, o próprio Jacó estava entre os que receberam os alimentos
providenciados pelo filho que foi fruto da sua paciência. Que Deus
extraordinário!
Imagine quantos
milhares de homens, mulheres e crianças teriam sofrido se apenas Jacó não
tivesse tido paciência de esperar sete anos para ter sua meta alcançada – e na
época ele jamais poderia nem de longe supor o que o fruto daquela paciência
traria de benefícios, não só para ele e Raquel, mas para milhares de milhares
de milhares.
Mas Deus
sabia.
Só que aí,
apesar de sabermos de tudo isso, esperamos e agimos com IMpaciência no Senhor.
Fazemos do nosso modo. Inventamos as nossas estratégias. Andamos no nosso passo
e não no de Deus. E, pode ter uma certeza absoluta: como tudo o que fazemos
contra a vontade e o tempo de Deus, acabaremos quebrando a cara. Queremos tomar
as rédeas e Deus…bem, Ele que venha correndo atrás.
Se você
reparar o que Gênesis relata, verá que Raquel deve dificuldades de conceber um
filho antes de José nascer. Então Jacó passou à frente de Deus e,
im-pa-ci-en-te-men-te, gerou outros filhos segundo suas próprias estratégias e
carências: com Lia (a quem Jacó não amava, mas com quem se casou por obrigação
social), gerou Rúben, Simeão, Levi, Judá, Issacar, Zebulom e Diná (Gn 29.32-35;
30.18-21). Depois, Raquel entregou sua serva Bila para Jacó engravidar
(novamente, impaciência de esperar que Deus agisse, entubando no Senhor goela
abaixo vontades e carências humanas) e nasceram Dã e Naftali (Gn 30.6-8). Não
satisfeitos com isso, Lia, impossibilitada de ter mais filhos, ou seja, de
conseguir o que desejava, volta a querer impor suas vontades às de Deus e dá a
Jacó sua serva Zilpa, que gerou Gade e Aser (Gn 30.11-13).
Mas, ao fim
de toda essa confusão, Deus honrou a paciência que Jacó tivera de esperar
Raquel anos antes e ainda deu de bônus ao casal outro filho, Benjamim. E fez de
José uma das maiores bênçãos que o mundo antigo já conheceu – e cuja história
se tornou uma das mais abençoadoras para judeus e cristãos dos últimos 4 mil
anos.
Ah, se todos
os homens fossem pacientes como Jacó foi! Se esperarmos com IMpaciência no
Senhor e não soubermos aguardar o Seu tempo, José nunca nascerá na nossa vida.
E, como não haverá que nos salve da fome, morreremos desgraçadamente de
inanição. Se não física, inanição espiritual e emocional. (*)
Paz a todos vocês que estão em
Cristo.
Louvai ao Senhor!
Por Cristo. Em
Cristo. Para Cristo.
Que Deus lhe abençoe!
(*) Por: Maurício Zágari
- Apenas
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