sábado, 6 de julho de 2013

Esperei com IMpaciência no Senhor




Uma das virtudes do fruto do Espírito descritas em Gálatas 5 é a paciência. Mas… você já parou para se perguntar por quê? Por que Deus se preocupa justamente em desenvolver em nós a capacidade de esperar? A verdade é que eu e você não sabemos esperar, queremos tudo para ontem, perdemos o sossego enquanto algo que desejamos não ocorre. E aí dá aquela sensação de demora nas coisas que – em nossa opinião – deveriam acontecer imediatamente, segundo a NOSSA vontade. Pronto, e aí, quando não conseguimos o que queremos na hora em que queremos, entramos numa espiral de nervosismo, ansiedade, irritação.


Então o grande fator aqui um só: o tempo. É o “quando”. Pois a pergunta “quando, Senhor?l” está em confronto direto com a manifestação da paciência. Por isso, quando não temos paciência, enfiamos os pés pelas mãos, fazemos besteiras, erramos feio, nos machucamos e machucamos o nosso próximo. E Deus sabe disso. Logo, sempre há um preço a ser pago diante do Eterno pela impaciência. Pois impaciência demonstra que não confiamos o suficiente em Deus para esperar que Ele aja.

A paciência é uma qualidade tão importante na vida dos que querem viver em intimidade com Deus que em Romanos 15.5 o Senhor é chamado de “Deus da paciência” Ou seja, dentre tantas características do Pai que o apóstolo Paulo poderia ter destacado – como amor, justiça, ira, poder, majestade, soberania etc – ele foi inspirado pelo Espírito para destacar logo essa. Isso é à toa? Não, nada na Biblia é à toa.

Sendo um atributo tão digno de nota do Criador, evidentemente também é o que Ele espera de seus filhos. Tiago 5.10 nos manda tomar como exemplo o sofrimento e a… paciência… dos profetas como duas grandes referências para nossas vidas. Ou seja: agrada ao Senhor que sejamos pacientes, que não saiamos armando esquemas para conseguirmos o que queremos num tempo que pode – e provavelmente não é – o determinado por Deus.

Salmos 40.1 nos dá a fórmula do sucesso para recebermos de Deus a atenção dEle quanto ao que queremos: “Esperei com paciência pelo Senhor, e ele se inclinou para mim e ouviu o meu clamor“. Ou seja: é preciso ter paciência para obter as respostas do Altíssimo. Uma das passagens mais lindas e significativas da Bíblia a esse respeito está em Gênesis 29.20, que descreve o exercício de paciência de Jacó para poder se casar com a mulher que ele amava, Raquel: “Então Jacó trabalhou sete anos por Raquel, mas lhe pareceram poucos dias, pelo tanto que a amava“. Lindo, simplesmente perfeito. Jacó sabia tão exatamente o que ele queria que foi capaz de esperar sete anos para alcançar o tão almejado objetivo. Ele traçou uma meta, mirou no alvo e partiu em direção ao que seu coração desejava. O tempo? Foi irrelevante.

Depois, após casar-se com Raquel, ainda teve de trabalhar mais sete anos para seu sogro, como parte do acordo, num total de 14 anos. E o texto bíblico diz que esse looooongo tempo ainda “lhe pareceram poucos dias”. Extraordinário!

E aqui, pare para pensar: nós mal conseguimos esperar com paciência dez minutos por um ônibus, ao passo que aquele homem esperou sete anos para ter o que queria. Sete anos! Sete longos anos. 2.555 dias. E depois ainda trabalhou outros sete, para honrar seu acordo com seu sogro. Que exemplo de paciência bem recompensada! Que modelo fantástico a ser seguido!

E mais: não sei se você já parou pra pensar nisso, mas quem foi o filho de Jacó e Raquel? Se Jacó não tivesse tido a paciência de esperar por Raquel, o filho do casal, José, nunca teria nascido. E José foi o homem que décadas depois salvaria o Egito e as nações vizinhas de perecer em uma terrível crise de fome. E, curiosamente, o próprio Jacó estava entre os que receberam os alimentos providenciados pelo filho que foi fruto da sua paciência. Que Deus extraordinário!

Imagine quantos milhares de homens, mulheres e crianças teriam sofrido se apenas Jacó não tivesse tido paciência de esperar sete anos para ter sua meta alcançada – e na época ele jamais poderia nem de longe supor o que o fruto daquela paciência traria de benefícios, não só para ele e Raquel, mas para milhares de milhares de milhares.

Mas Deus sabia.

Só que aí, apesar de sabermos de tudo isso, esperamos e agimos com IMpaciência no Senhor. Fazemos do nosso modo. Inventamos as nossas estratégias. Andamos no nosso passo e não no de Deus. E, pode ter uma certeza absoluta: como tudo o que fazemos contra a vontade e o tempo de Deus, acabaremos quebrando a cara. Queremos tomar as rédeas e Deus…bem, Ele que venha correndo atrás.

Se você reparar o que Gênesis relata, verá que Raquel deve dificuldades de conceber um filho antes de José nascer. Então Jacó passou à frente de Deus e, im-pa-ci-en-te-men-te, gerou outros filhos segundo suas próprias estratégias e carências: com Lia (a quem Jacó não amava, mas com quem se casou por obrigação social), gerou Rúben, Simeão, Levi, Judá, Issacar, Zebulom e Diná (Gn 29.32-35; 30.18-21). Depois, Raquel entregou sua serva Bila para Jacó engravidar (novamente, impaciência de esperar que Deus agisse, entubando no Senhor goela abaixo vontades e carências humanas) e nasceram Dã e Naftali (Gn 30.6-8). Não satisfeitos com isso, Lia, impossibilitada de ter mais filhos, ou seja, de conseguir o que desejava, volta a querer impor suas vontades às de Deus e dá a Jacó sua serva Zilpa, que gerou Gade e Aser (Gn 30.11-13).

Mas, ao fim de toda essa confusão, Deus honrou a paciência que Jacó tivera de esperar Raquel anos antes e ainda deu de bônus ao casal outro filho, Benjamim. E fez de José uma das maiores bênçãos que o mundo antigo já conheceu – e cuja história se tornou uma das mais abençoadoras para judeus e cristãos dos últimos 4 mil anos.

Ah, se todos os homens fossem pacientes como Jacó foi! Se esperarmos com IMpaciência no Senhor e não soubermos aguardar o Seu tempo, José nunca nascerá na nossa vida. E, como não haverá que nos salve da fome, morreremos desgraçadamente de inanição. Se não física, inanição espiritual e emocional. (*)

Paz a todos vocês que estão em Cristo.

Louvai ao Senhor!

 

Por Cristo. Em Cristo. Para Cristo.

Que Deus lhe abençoe!

(*) Por: Maurício Zágari - Apenas

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