...
O melhor ponto de partida para um estudo do jejum encontra-se no Sermão do Monte. Em Mateus 6.1-18, Jesus Cristo dá instruções aos seus discípulos sobre três deveres inter-relacionados:
O melhor ponto de partida para um estudo do jejum encontra-se no Sermão do Monte. Em Mateus 6.1-18, Jesus Cristo dá instruções aos seus discípulos sobre três deveres inter-relacionados:
... dar
esmolas... orar... e jejuar.
Em cada
um desses três, Jesus coloca a ênfase principal na motivação, e adverte contra
a ostentação religiosa com vistas a impressionar os homens, assim o jejum não
deve ser usado para fazer uma boa impressão nos outros.
Mateus
6:17-18 “Tu, porém, quando jejuares, unge a tua cabeça, e lava o teu rosto,
para não mostrar aos homens que estás jejuando, mas a teu Pai, que está em
secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará.”
Com
esta ressalva, Cristo presume que seus discípulos praticarão regularmente a
todos esses deveres. Sabemos isso pela forma como fala a respeito de cada um.
No
versículo 2, Ele diz: `Quando deres esmola... ”
No
versículo 6, Ele diz: `Quando orares (singular, ou individualmente)... ”;
e no
versículo 7: `E, orando, não useis (plural, ou em conjunto)´...
No versículo 16, Ele diz: `Quando jejuardes... ” (plural, ou em conjunto);
No versículo 16, Ele diz: `Quando jejuardes... ” (plural, ou em conjunto);
e no
versículo 17: `Tu, porém, quando jejuardes... ” (singular, ou individualmente).
Em
nenhum dos casos Jesus Cristo diz: `se”, mas sempre `quando”.
A mensagem inferida é clara. Cristo espera que todos seus discípulos pratiquem regularmente todos esses três deveres. Especialmente no caso da oração e do jejum o paralelo é exato. Se Cristo espera que seus discípulos orem regularmente, da mesma maneira espera que jejuem regularmente.
A mensagem inferida é clara. Cristo espera que todos seus discípulos pratiquem regularmente todos esses três deveres. Especialmente no caso da oração e do jejum o paralelo é exato. Se Cristo espera que seus discípulos orem regularmente, da mesma maneira espera que jejuem regularmente.
O jejum
fazia parte do dever religioso entre os judeus na época de Jesus Cristo. Fora
praticado continuamente desde o tempo de Moisés. Tanto os fariseus como os
discípulos de João Batista jejuavam regularmente.
O jejum
é uma forma de demonstrar a Deus a nossa grande necessidade da Sua ajuda.
Esdras
8:21 “Então proclamei um jejum ali junto ao rio Ava, para nos humilharmos
diante do nosso Deus, a fim de lhe pedirmos caminho seguro para nós, para
nossos pequeninos, e para toda a nossa fazenda.”
2Crônicas
20:3 “Então Josafá teve medo, e pôs-se a buscar ao Senhor, e apregoou jejum em
todo o Judá.”
Muitos
olham para o jejum como um fardo difícil de ser carregado e ignoram o
verdadeiro sentido desta abstinência. Ficam sem alimentar-se por um período
levado pelas adversidades, porém, não conseguem ver a grandeza deste ato de
louvor ao Senhor. Resumindo: Passam Fome!
Em
verdade o que é o jejum? Simplesmente abster-se de alimentos! Não!
Isaias
58.6,7 “Porventura não é este o jejum que escolhi, que soltes as ligaduras da
impiedade, que desfaças as ataduras do jugo e que deixes livres os oprimidos, e
despedaces todo o jugo? Porventura não é também que repartas o teu pão com o
faminto, e recolhas em casa os pobres abandonados; e, quando vires o nu, o
cubras, e não te escondas da tua carne?"
Na
tentação de Jesus, há uma diferença notável entre as expressões usadas por
Lucas para descrever Jesus antes e depois do seu jejum. Em Lucas 4.1, ele diz: `Jesus,
cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão´. Depois do jejum, em Lucas 4.14,
lemos: `Então, pelo poder do Espírito, voltou Jesus para a Galiléia”.
Quando
Jesus foi para o deserto, já estava cheio do Espírito Santo. Mas quando saiu do
deserto, depois do jejum, veio no poder do Espírito. Aparentemente, o potencial
do poder do Espírito Santo, que Jesus recebeu no momento do seu batismo no
Jordão, só foi liberado para uma plena manifestação após completar o jejum. O
jejum foi a fase final da sua preparação que tinha de ser completada antes que
pudesse entrar no seu ministério público.
As
mesmas leis espirituais que se aplicaram no próprio ministério de Jesus, são
válidas também no ministério de seus discípulos.
Em João
14.12, Jesus diz: `...Aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço...
”
Com
estas palavras, Jesus abre o caminho para seus discípulos seguirem o padrão do
seu próprio ministério.
Porém,
em João 13.16, Jesus também diz: `... o servo não é maior do que o seu senhor,
nem o enviado maior do que aquele que o enviou”.
Isto se
aplica à preparação para o ministério. Se o jejum era uma parte necessária da
preparação do próprio Jesus, deve ser uma parte importante também na preparação
dos discípulos.
Neste
respeito, Paulo era um verdadeiro discípulo de Jesus. O jejum era uma parte
essencial do seu ministério. Logo após seu primeiro encontro com Cristo na
estrada para Damasco, Paulo passou os três dias seguintes sem comer nem beber
(ver Atos 9.9). Daí em diante, o jejum era uma parte regular da sua disciplina
espiritual.
Em
2Coríntios 6.3-10, Paulo relaciona várias maneiras em que provou ser um
verdadeiro ministro de Deus. No versículo 5, duas destas maneiras que citou
são: `nas vigílias, nos jejuns´. Vigília é passar sem dormir; jejum significa
passar sem comer. As duas disciplinas foram praticadas por Paulo em diversas
épocas a fim de tornar seu ministério plenamente eficaz.
Outra
vez, em 2Coríntios 11.23-27, Paulo volta a este tema. Referindo-se a outros
homens que se colocaram como seus rivais no ministério, ele diz: `São ministros
de Cristo? ... Eu ainda mais... ” Em seguida, faz uma longa lista das diversas
maneiras em que demonstrou ser um verdadeiro ministro de Cristo.
No
versículo 27, diz: `Em trabalhos e fadiga, em vigílias muitas vezes, em fome e
sede, em jejuns muitas vezes... Aqui também, Paulo liga vigílias com jejum.
A forma
plural `em jejuns´, indica que Paulo se dedicava a freqüentes períodos de
jejum. `Fome e sede” refere-se a períodos em que nem comida nem água lhe
estavam disponíveis. Os jejuns eram feitos quando havia comida, mas Paulo se
abstinha deliberadamente por motivos espirituais.
Os
cristãos do Novo Testamento não praticavam meramente o jejum individual como
parte da sua disciplina pessoal. Praticavam-no também em conjunto, como parte
do seu ministério público a Deus.
Como
prova disso, temos o relato em Atos 13.1-3, onde profetas e mestres serviam ao
Senhor, orando e jejuando, em Antioquia. Este tipo de atividade é descrito pela
Escritura como `servir´ ou `ministrar ao Senhor”.
A
maioria dos líderes cristãos ou das congregações hoje conhece muito pouco deste
aspecto de ministério. Entretanto, na ordem divina, ministério ao Senhor vem
antes do ministério aos homens.
Como
fruto do ministério ao Senhor, o Espírito Santo traz a direção e o poder
necessários para um ministério eficaz aos homens.
Foi
assim em Antioquia. Enquanto aqueles cinco homens oraram e jejuaram juntos, O
Espírito Santo revelou que tinha uma tarefa especial para dois entre eles –
Barnabé e Saulo. Ele disse: `Separai-me agora a Barnabé e a Saulo para a obra a
que os tenho chamado”.
Assim,
é correto dizer, então, que o estabelecimento de uma igreja local em cada
cidade é acompanhado por orações e jejuns coletivos. Olhando para os capítulos
13 e 14 do livro de Atos, podemos ver que oração e jejum praticado
coletivamente era de importância vital no crescimento e desenvolvimento da
igreja do Novo Testamento.
Foi
através de orarem e jejuarem juntos que os cristãos primitivos recebiam direção
e poder do Espírito Santo para decisões ou tarefas de importância especial.
O jejum
também é um meio que o crente pode usar para levar seu corpo a sujeição. Em
1Coríntios 9.27, Paulo diz: `Mas esmurro o meu corpo, e o reduzo à escravidão,
para que, tendo pregado a outros, não venha eu mesmo a ser desqualificado”.
Nosso
corpo, com seus órgãos e apetites físicos, constitui um servo excelente, mas um
mestre terrível. Portanto, é necessário sempre mantê-lo em sujeição. Cada vez
que um cristão jejua para este propósito, está advertindo seu corpo: `Você é o
servo, não o dono”.
Em
Gálatas 5.17, Paulo desmascara a oposição direta que existe entre o Espírito
Santo de Deus e a natureza carnal do homem: `Porque a carne milita contra o
Espírito, e o Espírito contra a carne, porque são opostos entre si... ”
É
importante compreender que o jejum muda o homem, não a Deus. O Espírito Santo,
sendo o próprio Deus, tanto é onipotente como imutável. O jejum quebra as
barreiras na natureza carnal do homem que se colocam no caminho da onipotência
do Espírito Santo. Depois disso, com estas barreiras carnais removidas, o
Espírito Santo pode operar desembaraçadamente na sua plenitude através das
nossas orações.
Em
Efésios 3.20, Paulo procura expressar o potencial inesgotável da oração: `Ora,
àquele que é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos,
ou pensamos, conforme o seu poder que opera em nós...
´O
poder que opera em e através das nossas orações é o Espírito Santo. Removendo
as barreiras carnais, o jejum abre caminho para a onipotência do Espírito Santo
operar o `infinitamente mais do que tudo´ das promessas de Deus.
O jejum
nunca alterará os justos padrões de Deus. Se algo estiver fora da vontade de
Deus, o jejum jamais conseguirá colocá-lo dentro da vontade Dele. Se algo for
errado e pecaminoso, ainda será errado e pecaminoso, não importa quanto tempo a
pessoa tiver jejuado.
Há um
exemplo disso em 2Samuel 12. Davi cometera adultério, do qual resultou uma
criança. Deus declarou que uma parte do juízo sobre seu pecado seria a morte da
criança. Davi jejuou sete dias, mas a criança ainda morreu. Jejuar sete dias
não mudou o justo juízo de Deus sobre o ato pecaminoso de Davi. Se algo foi
errado, o jejum não o consertará. Nada poderá fazer isso.
O jejum
não é nem um truque nem uma solução universal. Deus não trata as coisas desta
forma. Deus fez provisão completa para o bem-estar total do seu povo em todas
as áreas das suas vidas: espiritual, física, e material. O jejum é uma parte
desta provisão total.
O jejum
não substitui nenhuma das outras partes da provisão de Deus. Igualmente,
nenhuma outra parte da provisão de Deus substitui o jejum.
Em
Colossenses 4.12, lemos que Epafras orou em favor de seus companheiros para que
pudessem ser conservados `perfeitos e plenamente convictos em toda a vontade de
Deus´.
Isto
estabelece um padrão muitíssimo alto para todos nós. Um meio bíblico à nossa
disposição para alcançar este padrão é o jejum.
Alguns
insistem em afirmar sobre o “jejum de Daniel”, onde deve-se abster de alguns
tipos de alimentos, entretanto, não é o que encontramos na Palavra de Deus,
pois Daniel aplicou seu coração ao Senhor:
Daniel
10:2-3 “Naqueles dias eu, Daniel, estava pranteando por três semanas inteiras.
Nenhuma coisa desejável comi, nem carne nem vinho entraram na minha boca, nem
me ungi com ungüento, até que se cumpriram as três semanas completas.”
Assim
deve ser o nosso viver, tudo quanto façamos, que seja feito no Senhor.
Paz a todos vocês que estão em
Cristo.
Louvai ao Senhor!
Por Cristo. Em
Cristo. Para Cristo.
Que Deus lhe abençoe!
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deus abençoe por sua participação em nosso humilde blog.
São bem vindas suas críticas, sugestões e colaborações, para que, a cada dia mais, possamos falar e testemunhar do Amor Fraternal de Deus, por nós, imagem e semelhança do Criador. Deus seja louvado!
Atenção: Se for adicionar algum comentário, porém através de "nome sem perfil" ou "anônimo", há o direito de não publicá-lo! [Constituição Federal, art. 5º, IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;]