sábado, 29 de junho de 2013

Conhecendo a Bíblia - 15ª parte - O LIVRO DE ESDRAS




O livro de Esdras, cujo nome provavelmente signifique “O Senhor tem ajudado”, deriva o seu título do personagem principal dos caps. 7-10. A opinião conservadora e geralmente aceita é de que Esdras tenha compilado ou escrito este livro juntamente com 1 e 2Crônicas e Neemias. A Bíblia hebraica reconhecia Esdras e Neemias como um só livro.

 
O próprio Esdras era um sacerdote, um “... escriba das palavras, dos mandamentos do SENHOR” (7.11). Liderou o segundo dos três grupos que retornaram da Babilônia para Jerusalém. Como homem devoto, estabeleceu firmemente a Lei (o Pentateuco) como a base da fé (7.10).

Os eventos de Esdras cobrem um período um pouco maior do que 80 anos e caem em dois segmentos distintos. O primeiro (caps.1-6) cobre um período de cerca de 23 anos e tem como tema o primeiro grupo que retorna do exílio sob Zorobabel e a reconstrução do templo.

Depois de mais de 60 anos de cativeiro babilônico, Deus desperta o coração do regente da Babilônia, o rei Ciro da Pérsia, Isaías 44.28, para publicar um edito que dizia que todo judeu que assim desejasse poderia retornar pra Jerusalém a fim de reconstruir o templo e a cidade . Um grupo de fiéis responde e partiu em 538 aC. sob a liderança de Zorobabel. A construção do templo é iniciada, mas a oposição dos habitantes não judeus desencoraja o povo, e a obra é interrompida. Deus, então, levanta os ministérios proféticos de Ageu e Zacarias, que chamam o povo para completar a obra. Embora bem menos esplêndido que o templo anterior, o de Salomão, o novo templo é completado e dedicado em 515 aC.

Aproximadamente 60 anos depois (458 aC.), outro grupo de exilados volta para Jerusalém liderados por Esdras (caps. 7-10). São enviados pelo rei persa Artaxerxes, com somas adicionais de dinheiro e valores para intensificar o culto no templo. Esdras também é comissionado para apontar líderes em Jerusalém para supervisionar o povo. Já em Jerusalém, Esdras assumiu o ministério de reformador espiritual, o que deve ter durado cerca de um ano. Sacerdote dedicado, Esdras encontra um Israel que tinha adotado muitas das práticas dos habitantes pagãos; ele chama Israel ao arrependimento e a uma renovada submissão à Lei, ao ponto do divórcio de suas esposas pagãs.

Duas grandes mensagens emergem de Esdras: a fidelidade de Deus e a infidelidade do homem.

Deus havia prometido através de Jeremias (25.12) que o cativeiro babilônico teria duração limitada. No momento apropriado, cumpriu fielmente a sua promessa e induziu o espírito do rei Ciro da Pérsia a publicar um edito para o retorno dos exilados (1.1-4). Fielmente, concedeu liderança (Zorobabel e Esdras), e os exilados são enviados com despojos, incluindo itens que haviam sido saqueados do templo de Salomão (1.5-10).

Quando o povo desanimou por causa da zombaria dos inimigos, Deus fielmente levantou Ageu e Zacarias para encorajar o povo a completar a obra. O estímulo dos profetas trouxe resultados (5.1,2).

Finalmente, quando o povo se desviou das verdades da Sua palavra, Deus fielmente enviou um sacerdote dedicado que habilidosamente instruiu o povo na verdade, chamando-o à confissão de pecado e ao arrependimento dos seus caminhos perversos (caps. 9-10).

A fidelidade de Deus é contrastada com a infidelidade do povo. Apesar do seu retorno e das promessas divinas, o povo se deixou influenciar pelos seus inimigos e desistiu temporariamente (4.24). Posteriormente, depois de completada a obra, de forma que pudesse adorar a Deus em seu próprio templo (6.16-18), o povo se tornou desobediente aos mandamentos de Deus; desenvolve-se uma geração inteira cujas “... iniqüidades se multiplicaram sobre as vossas cabeças” (9.6). Contudo, como foi dito acima, a fidelidade de Deus triunfa em cada situação.

A obra do Espírito Santo em Esdras pode ser vista claramente na ação providencial de Deus em cumprir as suas promessas. Isto é indicado pela frase “a mão do Senhor”, que aparece seis vezes.

Foi pelo Espírito que “... despertou o Senhor o espírito de Ciro...” (1.1) e “... tinha mudado o coração do rei da Assíria...” (6.22). Teria sido também pelo Espírito Santo que “E Ageu, profeta e Zacarias... profetizaram aos Judeus...” (5.1). A obra do Espírito Santo é vista na vida pessoal de Esdras, tanto no sentido de obrar nele (“Porque Esdras tinha preparado o seu coração para buscar a Lei do Senhor...”, 7.10), como no sentido de atuar em seu favor (“... o rei lhe deu tudo quanto lhe pedira”. 7.6).

A atitude de Esdras descreve bem a disposição que cada cristão deve mostrar no serviço ao Senhor: "Porque Esdras tinha disposto o coração para buscar a Lei do Senhor, e para a cumprir, e para ensinar em Israel os seus estatutos e os seus juízos" (7.10). Esse servo se ofereceu ao serviço de Deus com coração disposto. Mas, um coração bom precisa ser aplicado com toda reverência e respeito para com Deus.

Observe as duas coisas que Esdras fez:

Buscou a Lei. Antes de mais nada, o discípulo do Senhor precisa conhecer a palavra do Mestre. Jesus mandou que conheçamos a verdade, a Palavra de Deus (João 8.32; 17.17). Conhecimento sem aplicação na própria vida não adianta. "Tornai-vos, pois, praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos com falsos discursos" (Tiago 1.22).

Ensinou a Palavra aos outros. A palavra que ouvimos deve ser transmitida a outras pessoas (2Timóteo 2.2; Hebreus 5.12).

O escriba e sacerdote Esdras nos serve como excelente exemplo. Cada cristão deve imitar a atitude dele. Com corações dispostos, devemos buscar, cumprir e ensinar a palavra de Deus.

Paz a todos vocês que estão em Cristo.

 

Louvai ao Senhor!

 

 

Por Cristo. Em Cristo. Para Cristo.

 

Que Deus lhe abençoe!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deus abençoe por sua participação em nosso humilde blog.

São bem vindas suas críticas, sugestões e colaborações, para que, a cada dia mais, possamos falar e testemunhar do Amor Fraternal de Deus, por nós, imagem e semelhança do Criador. Deus seja louvado!

Atenção: Se for adicionar algum comentário, porém através de "nome sem perfil" ou "anônimo", há o direito de não publicá-lo! [Constituição Federal, art. 5º, IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;]