Thomas Wolfe estava certo de uma maneira
quando escreveu aquelas palavras memoráveis: “Você não pode voltar para casa
novamente.” As coisas no plano material estão sempre mudando. As pessoas
morrem. Prédios viram ruínas. Campos verdes são asfaltados. Mas ele estava
errado no sentido maior. Nós podemos voltar à casa do nosso Pai
celestial. Sempre se presume isso na parábola do filho pródigo. A ênfase da
parábola é naquelas atitudes que nos fazem voltar a Deus, ou que nos afastam dele.
O pai do pródigo não interferiu para
salvar seu filho das consequências da sua tolice. Ele o permitiu sentir cada
derrota que as suas escolhas tolas lhe haviam trazido, com a esperança de que a
experiência dura seria bem sucedida na hora que o conselho sábio havia falhado.
Este tipo de amor não é fácil. É instintivo os pais pouparem seus filhos da
dor. Mas é muito melhor uma dor temporária que uma agonia sem fim. No mesmo
espírito, Deus sujeitou a criação à vaidade . . . na esperança (Romanos 8:20). Muitos
pais hoje poderiam encontrar uma lição nesta história. O amor às vezes tem que
ser duro. Você não pode mimar os filhos para terem caráter piedoso e amor.
Apenas a piedade humilde dos pais expressa em disciplina paciente e sem
vacilação oferece alguma esperança de ser bem sucedido.
Deus nos envia dificuldades quando nós
nos afastamos dele? Talvez ele não precise, pois a nossa própria tolice parece
trazer bastante miséria e dor por si só. Mas o amor de Deus é tanto que ele
certamente não se esforçaria para afastar Manassés de sua orgia da idolatria,
Deus o mandou a Babilônia nas correntes – amarrado pela sua própria rebeldia (2
Crônicas 33:10-13). Assim também com o pródigo. Com uma visão bem mais clara do
seu pai e da casa do seu pai e com o coração partido pelo arrependimento, ele
voltou resolutamente para casa. O que se foi com exigências de “me dê” agora
volta implorando “me faça...”. Que diferença faz uma atitude!
A volta para casa
“E, levantando-se, foi para seu pai.
Vinha ele ainda longe, quando seu pai o avistou, e, compadecido dele, correndo,
o abraçou, e beijou” (Lucas 15:20). A volta do filho pródigo
aparentemente não pegou o pai de surpresa. Não porque ele pensava cinicamente
com frequência, “Apenas espere, o tolo voltará aqui correndo com o rabo entre
as pernas” mas porque teriam tido poucos dias nos quais ele não olhou
ansiosamente pela estrada na qual com o coração partido ele havia visto a
silhueta do seu filho se recuar pela última vez. Ele o avistou de longe porque
estava procurando-o, esperando e ansiando por sua volta. O pai não ficou
esperando com a dignidade ofendida. Correu a ele e o beijou repetidas vezes
(veja Lucas 7:38, onde aparece o mesmo verbo grego). Não havia comentários
sobre a sua aparência patética; não havia palavras críticas sobre a dor que a
sua partida havia causado; nenhum sermão a respeito dos deveres dos bons
filhos. Mesmo as palavras bem planejadas do menino ficaram incompletas pela
interrupção do seu pai chamando pelo início de uma comemoração.
Que imagem de Deus é esta. Deus
correrá, você pergunta? O filósofo antigo que observou que os grandes homens
não correm tinha um sentido pervertido de grandeza. Grandes homens
especialmente correm. Correm sem prestar atenção em nada além da necessidade
dos outros. Correm com alegria e compaixão. E Deus, que é o maior de todos,
corre para encontrar todos que vão ao seu encontro. Lembrem-se, “Deus amou o mundo de tal
maneira....”
Deus não dá bronca, você diz? Sim, ele
dá, mas apenas para aqueles que não estão já com os corações partidos com sua
falta de merecimento pecaminosa. Para os verdadeiramente penitentes, não há
crítica (Tiago 1:5), apenas misericórdia e encorajamento que alivia.
Acho seguro dizer que o pródigo que
voltava ficou estonteado pela recepção do seu pai. Ele, sem dúvida, havia se
preparado para o pior e nos seus sonhos mais otimistas não imaginava isso.
Talvez pela primeira vez ele percebeu o quanto o seu pai o amava. Certamente
nunca entrou na sua cabeça dizer “Isso será mais fácil do que pensei”. Apenas
as pessoas que não sabem o que fizeram e o que merecem entreteriam um
pensamento tão desonrado. Ele sabia. Ele sabia muito bem. E por esta razão não
havia no lugar no seu coração para qualquer outro sentimento, a não ser a
gratidão incrédula pelo amor extravagante do seu pai.
E assim começou a festa. Que regozijo!
Que exultação inexpressível! O anseio mais forte do pai havia se realizado.
Nada lhe foi poupado. “porque
este teu irmão estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado”.
Com que força Jesus revela o coração de
Deus para com os pecadores nesta história simples porém comovente. Ele está
dizendo que Deus cuida dos seus pródigos como nós cuidamos dos nossos. E somos
levados a dizer, “Sim, Senhor, até mais—até muito mais.”
Por: Paul Earnhart
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