No Evangelho de Lucas Capítulo 10
versículos 25-37, a Palavra relata a interpelação de um doutor da Lei de Moisés
a Jesus, dizendo: Mestre que farei para herdar a vida eterna? E disse-lhe
Jesus: O que está escrito na Lei, como lês?
E respondendo ele disse: Amarás o
Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma e de todas as tuas
forças, e a teu próximo como a ti mesmo. E disse-lhe Jesus: Respondeste bem,
faze isso e viverá. E ele porem querendo justificar-se, disse a Jesus: E
quem é o meu próximo?
Jesus então lhe anunciou a parábola do Bom Samaritano, e ao final lhe
perguntou: Qual dos três lhe pareceu o próximo daquele homem?
Ele respondeu prontamente: O que usou de misericórdia com o seu próximo,
com aquele que estava em sofrimento. Jesus então lhe recomendou a proceder da
mesma maneira para ganhar um tesouro no céu e a vida eterna.
Para entendermos melhor esta parábola precisamos meditar primeiramente
na profundidade da pergunta inicial que aquele homem fez ao Senhor: Mestre, que
farei para herdar a vida eterna? E o Senhor Jesus o mandou amar a Deus acima de
todas as coisas, e ao seu próximo como a si mesmo, com caridade, para alcançar
a vida eterna. Vamos meditar nas palavras do Mestre.
AS OBRAS PODEM SALVAR?
Temos observado alguns irmãos, pregadores da palavra, negando a eficácia
da obra do amor ao próximo, que Cristo mandou em todos os livros do Novo
Testamento, anunciando que as obras de caridade não salvam, fundamentados na
carta do Apóstolo Paulo aos Efésios 2.8, 9 onde está escrito: Porque pela
graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não
vem das obras para que ninguém se glorie.
A Palavra afirma com cristalinidade, que as obras que não podem salvar
são as obras que procedem da lei de Moisés. Notem:
Carta aos Romanos 3.20, 28 – Nenhuma carne será justificada diante
dele pelas obras da lei, porque pela lei vem o conhecimento do pecado.
Concluímos que o homem é justificado pela fé sem as obras da lei.
Carta aos Gálatas 2.16, diz: Sabendo que o homem não é justificado
pelas obras da lei, mas pela fé em Jesus Cristo, temos também crido em Jesus
Cristo, para sermos justificados pela fé em Cristo, e não pelas obras da lei,
porquanto, pelas obras da lei nenhuma carne será justificada.
A palavra nos dá a certeza que ninguém será justificado pelas obras da
lei de Moisés, as quais não tem nenhum vínculo com o amor ao próximo, o qual
não é outro, senão a obra da caridade, que o Senhor Jesus mandou em todos os
livros do Novo Testamento, e se fosse de outra forma a palavra do Senhor seria
contraditória.Vejamos:
Carta Universal do Apóstolo Tiago 2.14 a 18: Meus irmãos que
aproveita se alguém disser que tem fé e não tiver obras? Porventura a fé pode
salvá-lo? E , se o irmão ou irmã estiverem nus, e tiverem falta de mantimento
cotidiano, e algum de vós lhes disser: Ide em paz, aquentai-vos, e fartai-vos;
e lhes não derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito virá daí?
Assim também, a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesmo. Mas dirá alguém
tu tens a fé e eu tenho as obras, mostra-me a tua fé sem as tuas obras, e eu te
mostrarei a minha fé pelas minhas obras.
A SUPREMACIA DO AMOR
E no capítulo 13 da primeira carta aos Coríntios, a palavra vislumbra a
excelência do amor ao próximo, como caridade, observemos:
Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse
caridade, seria como o metal que soa ou como o sino que tine.
E ainda que tivesse o dom de profecia e conhecesse todos os mistérios e
toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé de maneira tal que transportasse
os montes, e não tivesse caridade, nada seria.
Ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e
ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse caridade nada
disso me aproveitaria.
Vamos meditar na profundidade dos mandamentos do Senhor Jesus, sobre o amor
ao próximo que é a caridade. Na carta aos Hebreus 11.6, a palavra assegura
que sem fé é impossível agradar a Deus, então avalie a
narrativa da palavra em I Coríntios 13.13 onde a palavra diz: Agora, pois,
permanece a FÉ, a esperança e a caridade, destas três, mas a maior destas é a caridade.
A palavra é límpida e não deixa sombra de dúvida que a grandeza do amor
ao próximo como caridade é maior que
a FÉ. Porque é pelo dom da FÉ em Deus, que guardamos os seus
mandamentos e buscamos a santificação para fazer a sua vontade. E a palavra
afirma que assim como o corpo sem espírito está morto, também a FÉ, sem obra é
morta em si mesma (Tiago 2.26).
COMO DEVEMOS FAZER A
CARIDADE
No Evangelho de Mateus 6. 1 a 4,Jesus nos exorta à praticar a obra do
amor ao próximo e diz: Guardai-vos de fazer a vossa esmola diante dos
homens, para serdes vistos por eles, aliás, não tereis galardão junto de vosso
Pai, que está no céu.
Quando pois
deres esmola, não faças tocar trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas
nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens.
Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão. Mas, quando tu
deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita. Para que a
tua esmola (caridade) seja dada ocultamente. E teu Pai, que vê em segredo,te
recompensará publicamente.
O próprio Senhor Jesus Cristo evidenciou que ao praticarmos a caridade,
não podemos nos assemelhar aos hipócritas, falsos, que fazem algumas obras com
aparência de amor, mas o único propósito é alcançar o próprio galardão,
buscando o reconhecimento dos homens, no entanto, o Mestre exorta para que não
saiba a mão esquerda o que faz a tua direita (a mão esquerda são as pessoas do
seu convívio), que façamos a caridade ocultamente, para que o nosso Pai que vê
secretamente nos abençoe publicamente.
Muitos dizem: Mas eu estou contribuindo com o meu dízimo e
ofertas na igreja, e se o
pastor não fizer obras de caridade, é problema dele.
Sim, claro que é problema dele, porque certamente irá prestar contas à
Deus de tudo o que fez oposto a palavra, porem, isso não vai isentar a sua
responsabilidade, porque a exortação do Senhor Jesus nos faz saber, que o amor
ao próximo como caridade, é como buscar a santificação, você não poderá
pedir a alguém para santificar-se em seu lugar, como também não poderá delegar
poderes a outrem para orar em seu lugar. Guardar os mandamentos do Senhor é
algo pessoal e intransferível.
E se não fosse assim, o endinheirado, para se aproximar do Senhor, era
só abastecer os cofres da igreja e designar outros a praticar a caridade e
teria a recompensa da vida eterna. Mas o amor ao próximo é individual e não
está disponível nas gôndolas dos mercados, como também ninguém poderá
praticá-lo em seu lugar.
QUEM SERÁ ARREBATADO
PARA A VIDA ETERNA?
É evidente que a caridade isoladamente, se não for precedida pelo
arrependimento e conversão não conduzira a salvação, mas como já vimos na
palavra, ela é inerente a FÉ, e a aspiração em fazer a vontade do Pai, tanto
que neste texto maravilhoso, por ocasião do julgamento, o Senhor Jesus, nos dá
a certeza que os que amam verdadeiramente o seu próximo, não só com palavras,
mas praticando as obras da caridade, não serão esquecidos no grande dia do
arrebatamento. Vejamos:
Mateus 25.31-46: E quando o Filho do homem vier em sua glória, e todos
os santos anjos com Ele, então se assentará no trono de sua glória; E todas as
nações serão reunidas diante dele, e apartará uns dos outros, como o pastor
aparta dos bodes as ovelhas.
E porá as ovelhas a sua direita, mas os bodes ficarão a esquerda. Então
dirá o Rei para suas ovelhas: Vinde a mim benditos de meu Pai, possuí por
herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo; Porque eu tive
fome, e deste-me de comer, tive sede, e deste-me de beber, sendo estrangeiro
hospedastes-me, estava nu, e vestistes-me, adoeci e visitastes-me, estive na
prisão e fostes ver-me.
Então os justos lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos, com
fome, ou com sede, ou nu, estrangeiro e te servimos? Ou enfermo, ou na prisão e
te visitamos?
E respondendo o Rei lhes dirá: Em verdade vos
digo, que quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o
fizestes.
Então dirá
também aos que estiverem a sua esquerda: Apartai-vos de
mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos;
Porque eu tive
fome e não me deste de comer, tive sede e não me destes de beber, estando nu
não me vestistes, sendo estrangeiro não me hospedastes, estando enfermo e na
prisão não me visitastes.
Eles também
lhe responderão dizendo, Senhor quando te vimos com fome, com sede, nu,
estrangeiro, enfermo e na prisão e não te servimos?
Então lhes
responderá dizendo: Em verdade vos digo, que quando não fizestes a
um destes pequeninos, a mim também não o fizestes. E irão estes para o
tormento eterno, mas os justos para a vida eterna.
Há porem alguns que
ainda tentam mutilar os mandamentos do Senhor, alegando que neste texto, o
Senhor Jesus Cristo está referindo-se a saciar a fome, a sede, visando suprir
as necessidades espirituais dos irmãos. Esta argumentação é falsa porque foge
totalmente dos propósitos da palavra do Senhor, pois quando perguntaram a
Jesus: Quando te vimos com fome, ou com sede, etc., Ele respondeu: Em
verdade vos digo, que quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a
mim o fizestes.
Jesus afirma que a caridade aqui mencionada, é o provimento das
precisões materiais para os necessitados, porque se Ele estivesse referindo-se
as necessidades espirituais, seria uma incoerência, pois jamais homem algum
seria capaz de saciar as necessidades espirituais de Jesus Cristo. No livro dos
Salmos 50.12, o próprio Deus disse: Se eu tivesse fome não te diria, pois
meu é o mundo e a sua plenitude.
Outra sustentação do
texto vem no livro de Mateus capítulo 4.11, ocasião em que Jesus Cristo, tendo
fome após quarenta dias de jejum, foi tentado, mas quando o diabo o deixou,
chegaram os anjos e o serviram.
E na revelação do
Apocalipse ao Apóstolo João, (2.1-5), disse Jesus: Escreve ao anjo da igreja
que está em Êfeso: Eu sei as tuas obras, e o teu trabalho, e atua paciência, e
que não podes sofrer os maus e puseste a prova os que dizem ser apóstolos e não
são, e tu os achastes mentirosos. E sofrestes, e tens paciência, e trabalhastes
pelo meu nome, e não te cansaste.
Tenho, porém
contra ti que deixastes a tua primeira caridade (Na versão atualizada diz primeiro amor). Lembra-te, pois donde
caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras; quando não, brevemente a
ti virei e tirarei do seu lugar o teu castiçal, se não te arrependeres.
O Senhor Jesus
reconhece as tuas obras, o teu trabalho, a tua paciência, e o teu sofrimento,
pelo seu nome. O Ministro daquela igreja fez tudo em conformidade com a vontade
do Senhor, só faltou uma coisa: Faltou a caridade (amor ao próximo), faltou o
essencial para a salvação.
Ele exorta com veemência: Tenho porem contra ti que deixastes a tua
primeira caridade, e manda que imediatamente, lembrar-te onde caíste e faça
a primeira caridade e arrependa-te por não ter praticado o amor ao seu próximo,
porque se não te arrependeres certamente tirará do seu lugar o teu castiçal.
É exatamente isso que acontece hoje, não se vê os dirigentes das igrejas
praticando a obra da caridade, nem tão pouco ensinam os irmãos a
dedicar-se a prática do amor ao próximo, ao contrário, dizem que as obras não
salvam, e negam a eficácia desse amor, contradizendo o mandamento do Senhor
Jesus, revelado em todos os livros do Novo Testamento.
No entanto, não abrem mão do dízimo e
ofertas, os quais são ordenanças da lei de Moisés e foram
por Cristo abolidos (Hebreus 7.12,18, 19).
E na primeira carta
Universal do Apóstolo João 3.17, 18 a palavra diz: Quem pois tiver bens do
mundo, e, vendo o seu irmão necessitado, lhe cerrar as suas entranhas, como
estará nele a caridade de Deus? Meus filhinhos, não amemos de palavra, nem de
língua, mas por obra e em verdade.
E em Colossenses
3.14, a palavra diz: E, sobre tudo isto, revesti-vos da caridade, que é o
vínculo da perfeição.
Louvai ao Senhor!
Por Cristo. Em Cristo. Para Cristo.
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