Nos últimos meses tenho evitado escrever no APENAS
sobre polêmicas na Igreja, Teologia da Prosperidade, heresias e outras questões
macro. Já há gente demais fazendo isso, com discursos inflamados e agressões incompreensíveis.
Esse universo não tem me atraído tanto, tenho preferido refletir mais sobre a
alma humana, suas dores, as questões do indivíduo, por entender que esse sim
era o foco de Jesus Cristo. Ao ler os evangelhos, ficou muito claro para mim
que Jesus não veio para fazer apologética, mas para curar os doentes de alma e
corpo, libertar os cativos, sarar corações, perdoar pecados. Por isso tenho me
concentrado em pensar sobre isso. Apologética evidentemente tem sua
importância, mas na escala de prioridades de Jesus – analisando tudo o que Ele
falou e fez – percebo que ela está lá em baixo, enquanto as questões da alma
humana estão batendo no teto. No entanto, não vivo em alienação e, por isso,
peço que me permita eventualmente falar sobre aspectos macro da Igreja. É o que
farei hoje.
Recebi de um amigo o
link para um documentário a que assisti com tanta dor no coração que foi
difícil ver até o final. Seu nome é “Marjoe”, um filme de 1972 que recebeu o
Oscar de Melhor Documentário. Conta a história de um pregador que, depois de
usar o Evangelho por anos para enriquecer, decidiu abandonar a farsa e vir a
público contar todos os seus esquemas, suas técnicas para enganar os fiéis e
para simular a ação do Espírito Santo. Para quem ama o Evangelho, assistir a esse
documentário entristece, deprime, enche os olhos de lágrimas. Pois fato é que,
assim como o “evangelista” Marjoe Gortner, há muitos por aí que fazem o mesmo
que ele. Graças a falsos pregadores como esse homem, que usam o nome de Jesus
para faturar, os servos realmente tementes a Deus têm colhido o fruto da
rejeição e da chacota do mundo.
Durante sua infância,
os pais de Marjoe usaram o filho para arrecadar milhões de dólares como
“pregador-mirim”. Depois que alcançou a maioridade, mesmo sem ter fé ele continuou
a fazer a única coisa que sabia e ganhou tanto dinheiro que conseguia
“trabalhar” por seis meses e ficar seis meses de férias. Na época do lançamento
do documentário, a distribuidora optou por restringir sua exibição no Sul dos
Estados Unidos (região mais cristã do país) com medo da reação do público.
Não tenho muito a
dizer, creio que o documentário fala por si. Apesar de ter sido feito no ano em
que nasci, é extremamente atual. Apenas peço que não julgue toda a Igreja pelo
que você verá. Assim como há a banda podre, há o remanescente fiel. Compartilho
esse documentário com a única intenção de despertar cautela e provocar
reflexões, não para denegrir a religião verdadeira. A conclusão é que nem tudo
o que reluz é ouro.
Sei que muitos têm
dificuldade de assistir a um filme em inglês sem legendas. Por isso, procurei o
documentário legendado, mas só encontrei uma versão editada, que vem com muitas
opiniões pessoais do irmão em Cristo que o legendou e editou (num total de 25
minutos). Posto a seguir o vídeo legendado, em três partes (os comentários do
irmão são opiniões pessoais dele e não necessariamente representam a minha) e,
em seguida, posto o documentário na íntegra, em inglês sem legendas (duração:
1h23). Se você consegue assistir sem legendas, prefira o filme na íntegra. Caso
contrário, a versão editada dá uma ideia do principal.
Que Deus tenha
misericórdia de sua Igreja.
DOCUMENTÁRIO “MARJOE”,
VERSÃO EDITADA EM TRÊS PARTES, LEGENDADO EM PORTUGUÊS (25min):
Paz a todos vocês que estão em
Cristo.
Louvai ao Senhor!
Por Cristo. Em
Cristo. Para Cristo.
Que Deus lhe abençoe!
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