Enquanto
a Bíblia demonstra que o evangelho é a fé ( Rm 1:8 ), o poder de Deus ( Rm 1:16
-17), o Bispo desloca o poder que há no evangelho para a crença do homem.
Contraditório, pois ao falar à multidão no Sermão do Monte, Jesus deixa claro
que o homem não tem poder algum, pois não pode tornar o seu cabelo branco ou preto
( Mt 5:36 ). Se aquilo em que acreditamos nos sobrevém, com certeza Jesus
incentivaria o ‘poder latente’ que, segundo o Bispo, havia em seus ouvintes.
Jesus, aos moldes do Bispo teria dito à multidão no Sermão da Montanha que
bastava acreditarem que mudariam a cor de seus cabelos.
Se
o homem acreditar num futuro, seja ele terrível ou promissor, não é fé. A Fé
diz de o homem crer na verdade, acreditar no nome de Jesus, pois os que creem
na pessoa de Jesus recebem poder para serem criados de novo na condição de
filhos de Deus ( Jo 1:12 ). Crer no futuro não é fé, não há poder e nem algo de
sobrenatural no futuro. Em Cristo há poder, pois Ele é a Fé que havia de se
manifestar e que se manifestou trazendo salvação a todos os homens.
Sem base bíblia, o Bispo advinha os
pensamentos do diabo em épocas remotas, quando diz na página 12 do livro ‘O
poder sobrenatural da fé’: "Ele (o diabo) deve ter
pensado: 'Se eu tivesse esse poder, usaria a minha palavra para
destruir tudo o que Deus construiu e, então, eu seria realmente igual a
Ele'" Grifo nosso. O pensamento que nunca ocorreu não passa de
uma suposição descabida, pois o diabo nunca quis ou intentou ser igual a Deus.
Não é factível a qualquer criatura ser igual a Deus. O intento de satanás foi o
de ser semelhante a Deus, o que é totalmente diverso de ser igual a Deus "Subirei sobre as alturas das nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo" ( Is 14:14 ).
Satanás intentou alcançar o que Deus
daria aos homens, pois Deus diz: “Façamos o homem à nossa
imagem, conforme a nossa semelhança” ( Gn 1:26 ). Ao usurpar o que
seria dado aos homens, Satanás não guardou a sua posição ( Ez 28:15 ).
Após fazer diversas críticas à sociedade
e as religiões, na página 17 do citado livro, o Bispo argumenta que: ‘...
o ambiente da campanha de fé (...) desperta a fé das pessoas que, naturalmente,
alcançam o milagre...’ pág. 17 (idem), mas que às vezes, algumas
voltam a se queixar da moléstia que fora curadas, e arremata que ‘Tais
pessoas, deixando de andar na fé, começaram a dar ouvidos a palavras sem
fundamento...’ pág. 19 (idem).
Da
abordagem, entende-se que a fé é algo inerente ao homem e, que o ambiente de
fé, as campanhas, despertam tal ‘capacidade’ nas pessoas, momento em que passam
a andar na fé. Porém, a Bíblia é clara que a Fé é dom de Deus, ou seja, não tem
com ser ‘despertada’, pois não é inerente ao homem. Cristo é a Fé manifesta, o
Dom de Deus, portanto, a Fé foi revelada aos homens que, por sua vez, precisam
crer ( Jo 4:10 ; Ef 2:8 ).
Já na página 21, tem-se o argumento de
que "(o homem) a partir da fé cristã (...) passa a ter mais
capacidade, força e poder que o diabo; daí, é fácil subjugá-lo, em nome do
Senhor Jesus...” pág. 21 (Idem). Ora, a Fé cristã é o evangelho,
portanto, poder de Deus para os que creem para salvação. O poder é para
salvação, daí o alerta de Cristo: “Mas, não vos alegreis porque
se vos sujeitem os espíritos; alegrai-vos antes por estarem os vossos nomes
escritos nos céus” ( Mt 10:20 ).
O
fato de o cristão possuir poder para pisar serpentes e escorpiões é secundário,
pois o diabo é astuto, e pode fingir submeter-se a quem não é salvo para que o
faça acreditar que Deus é com ele. A bíblia ordena ao homem sujeitar-se a Deus,
o que faz com que o diabo fuja, ou seja, não é o poder de submeter o diabo que
deve ser considerado, antes o poder de ser feito filho de Deus ( Jo 1:12 ). Foi
Jesus que subjugou o diabo debaixo dos seus pés, pois Ele é o Valente ( Lc
11:22 ), resta ao cristão crer em Cristo, o salvador de nossas almas.
Mas, após dizer que o cristão luta contra
a carne (pág. 23), ( Ef 6:12 ); apresentar um princípio platônico de que os
espinhos quando mais alimentados esmagam a semente (pág. 25) - metáfora de
Platão da carruagem puxada por dois cavalos, um branco e outro negro em O Fedro
-; que o diabo passa aos descendentes dos que foram usados por ele (pág. 28),
e; que é possível a um líder religioso ‘fazer’ pessoas sinceras ‘nascerem
da carne’ (pág. 32) – nascer da carne na bíblia diz do nascimento
natural, diz do resultado da concepção de um homem quando vem ao mundo ( Jo
1:13 ) - abordagem do Bispo agrava-se em equívocos nas páginas 36 e 37,
contraponto ‘fé’ versus ‘medo’ ‘O medo é uma forte manifestação de fé
negativa...’pág. 34 (Idem), e que ‘pensar positivamente’ é
a definição de fé em Deus “Em vez de pensar positivamente, que e a
definição de fé em Deus, alimentam a fé negativa...” pág. 37 (Idem).
Ele argumenta que é necessário vetar o
conhecimento bíblico às pessoas oprimidas pelo medo, pois a palavra de Deus não
é suficiente para obter sucesso nestes casos “É preciso, contudo, tomar
cuidado para não permitir que pessoas oprimidas pelo
medo venha a ficar bem informadas a respeito da bíblia...” pág. 37
(Idem) Grifo nosso. Embora o apóstolo Pedro tenha determinado aos cristãos que
desejassem a palavra de Deus como recém nascido deseja o leite "Desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o
leite racional, não falsificado, para que por ele vades crescendo" (
1Pe 2:2 ), sob o pretexto de que ‘o diabo tem usado muito a bíblia’ (pág.
37), para confundir os que tem tal desejo ardente “Esse tipo de ataque
tem acontecido com muita frequência exatamente entre os que têm um desejo
insaciável de saber as respostas para todas as perguntas” pág. 38
(Idem).
A gravidade do que é dito fica estampado
na assertiva seguinte: “O bom pastor (...) foi chamado para transmitir
a vida que se encontra na Palavra de Deus, e não para transmitir a letra” pág.
39 (Idem), com base no que o Bispo entendeu a partir de 2 Coríntios 3, verso 6: “Porque a letra mata, mas o espírito vivifica”. Ora, o
espirito a que o apóstolo Paulo refere-se diz de Cristo, o espírito vivificante
( 1Co 15:45 ). Cristo mesmo afirmou que as suas palavras são espirito e vida,
ou seja, o apóstolo estava demonstrando que o Novo Testamento é o espírito (palavra)
que vivifica, diferente da lei de Moisés, que mata, pois foi incrustrada em
pedras e entregue no monte Sinai, diferente do evangelho que é escrita no
coração dos que creem “Porque já é manifesto que vós sois a carta de Cristo,
ministrada por nós, e escrita, não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo,
não em tábuas de pedra, mas nas tábuas de carne do coração” ( 2Co
2:3 ).
No
capítulo 2 não há nada aproveitável, o que demandaria um estudo frase a frase
para expor os erros. Porém há três pontos a serem destacados pelas aberrações
teológicas que apresentam.
Continua
Parte III
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deus abençoe por sua participação em nosso humilde blog.
São bem vindas suas críticas, sugestões e colaborações, para que, a cada dia mais, possamos falar e testemunhar do Amor Fraternal de Deus, por nós, imagem e semelhança do Criador. Deus seja louvado!
Atenção: Se for adicionar algum comentário, porém através de "nome sem perfil" ou "anônimo", há o direito de não publicá-lo! [Constituição Federal, art. 5º, IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;]