terça-feira, 14 de agosto de 2012

A SANTA CEIA DO SENHOR


O cristão tem momentos que precisa lembrar? Estávamos perdidos no pecado, sem esperança e condenados à destruição eterna. Mas Cristo cedeu sua vida por nós, para redimir-nos dessa maldição. Fez isso quando ainda éramos seus inimigos (Romanos 5:6-11)! Lemos os últimos capítulos dos quatro evangelhos e ficamos abismados com o pecado, o orgulho, o ciúme e o ódio que o pregaram na cruz. Mas será que sabemos devidamente que, se esquecermos isso e vivermos como um mundano, estaremos crucificando-o e de novo expondo-o à vergonha (Hebreus 6:6)? Ou será que calcamos aos pés o Filho de Deus e profanamos o sangue da aliança com o qual fomos santificados e ultrajamos o Espírito da graça (Hebreus 10:26-30)?


Se esquecemos a maldição do pecado e o horrendo sacrifício que foi necessário para libertar o homem desse pecado, estamos fadados a repetir esses pecados e agir como o cão que "voltou ao seu próprio vômito" e como a porca lavada que "voltou a revolver-se no lamaçal" (2Pedro 2:20-22). Para evitar isso, devemos lembrar a morte, o sepultamento e a ressurreição de nosso Senhor!
Em sua sabedoria, o Senhor nos deu uma festa para sempre termos "Jesus Cristo, e este crucificado" diante de nós. Ele não nos deu estátuas, cruzes, quadros, imagens ou qualquer coisa terrena, mas nos providenciou uma simples participação do pão asmo e do fruto de uva no primeiro dia da semana. (Leia atentamente 1Coríntios 11:17-33). Mas a festa que ele nos proporciona está repleta de significado. O pão que representa o corpo de Cristo é sem fermento, mostrando assim que devemos lutar para viver acima do pecado, exatamente como ele fez (1Coríntios 5:6-8). O sangue que foi necessário para a nossa purificação é bem retratado pelo fruto de uva. Isaías 1:18, falando a esse respeito, diz: "Ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a lã". Essa lembrança nos fará apresentar o nosso "corpo por sacrifício vivo santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional" (Romanos 12:1).
A festa não apenas nos faz olhar para trás, para o sacrifício dele, mas também nos impulsiona a olhar para frente, com esperança. Ao lembrarmos a sua ressurreição, estamos sempre lembrando que isso é uma promessa da nossa própria ressurreição - e assim anunciamos "a morte do Senhor, até que ele venha". Com a lembrança de seu sacrifício por nós, a esperança de uma recompensa celestial e a sua palavra a nos orientar, como é possível falharmos?
A resposta a essa pergunta é que não falharemos se nos lembrarmos! Mas, assim como os israelitas esqueceram e perderam a vida, assim também podemos esquecer e perder a alma. Paulo advertiu a igreja de Corinto que "muitos dormem" (morte espiritual) porque perderam o verdadeiro sentido da ceia do Senhor. Estavam tomando sem "discernir o corpo". Que insulto para Cristo é participarmos dessa festa sem pensarmos em seu sacrifício. O próprio ato que tem por objetivo ajudar-nos a lembrar acaba sendo assim o meio de esquecermos. Que isso não aconteça.
"Pois também Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi imolado. Por isso, celebremos a festa não com o velho fermento, nem com o fermento da maldade e da malícia e sim com os asmos da sinceridade e da verdade" (1Coríntios 5:7-8)
A Santa Ceia do Senhor (1Coríntios 11:17-34): Os coríntios estavam abusando da Ceia do Senhor. As divisões entre eles os levavam a não esperar para partilhar juntos, mas cada um comia o seu próprio alimento logo que possível, nada deixando para os outros. O ambiente era irreverente, e os pobres estavam sendo excluídos. Paulo deu diversas ordens específicas para corrigir a situação. Primeiro de tudo, a Ceia do Senhor não era para ser transformada numa refeição comum. As refeições deveriam ser tomadas em casa, mas a ceia do Senhor era uma recordação solene da morte de Cristo. Segundo, ele ordenou que a ceia fosse observada reverentemente meditando na crucificação. Ele advertiu que aqueles que participassem sem uma séria reflexão seriam culpados do próprio corpo e sangue do Senhor. De fato, alguns já tinham sido castigados pelo Senhor porque não estavam participando corretamente. Finalmente, Paulo lhes disse para esperar uns pelos outros antes de começar a tomar a Ceia do Senhor. Desse modo todos eles poderiam juntamente comer e recordar do Senhor.
1. Estes mesmos princípios precisam ser observados hoje.
2. Eventos sociais fazem parte do trabalho do lar, e não da obra da igreja. A obra da igreja local é espiritual.
3. Devemos comemorar a Ceia do Senhor com a máxima reverência, dando tempo para pensar sobre o sofrimento e o amor do Senhor e quanto lhe devemos.
4. A Ceia deve ser comemorada por toda a congregação ao mesmo tempo. A Ceia do Senhor pertence à reunião da igreja, onde o Senhor a colocou. Comunhão com Deus e com nossos Irmãos.
Quase todas as igrejas que proclamam seguir a Cristo observam a Ceia do Senhor. O pão e o fruto da videira são elementos comuns nas assembléias de adoração de vários grupos religiosos. Mas há diferenças no entendimento a respeito desta comemoração, vamos examinar juntos o que a Bíblia ensina sobre a Ceia do Senhor para aprender como devemos participar dela hoje em dia.
A Primeira Ceia: O Exemplo de Jesus
Quatro textos registram os pormenores da primeira “Ceia do Senhor”. Três destes relatos estão nos evangelhos (Mateus 26:26-29; Marcos 14:22-25 e Lucas 22:19-20) e o outro está em 1Coríntios 11:23-26. Podemos aprender como Jesus e os apóstolos celebraram a Ceia comparando estes relatos. Por favor, pare uns poucos minutos para ler cada uma destas quatro passagens, antes de continuar este estudo. Observe as minúcias:
O propósito: “Fazei isto em memória de mim” (Lucas 22:19). A Ceia do Senhor é nossa oportunidade para lembrar o sacrifício que Jesus fez na cruz, pelo qual ele nos oferece a esperança da vida eterna: “Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes o cálice, anunciais a morte do Senhor, até que ele venha” (1Coríntios 11:26). A Ceia do Senhor não pretende ser um memorial do nascimento, da vida ou da ressurreição de Cristo. É um momento especial no qual os cristãos refletem sobre o Salvador sofredor para serem lembrados do alto preço que ele pagou por nossos pecados. Precisamos manter este tema central do evangelho (1Coríntios 2:1-2) em nossas mentes.
Os símbolos: Jesus usou dois símbolos para representar seu corpo e seu sangue. É claro que ele não ofereceu literalmente seu corpo (que ainda estava inteiro) nem seu sangue (que ainda estava correndo através de suas veias). Ele deu aos discípulos pão sem fermento para representar seu corpo e o fruto da videira (suco de uva) para representar o sangue que estava para ser derramado na cruz. Ele não deixou dúvida sobre a relação deste sacrifício com nossa salvação: “Porque isto é o meu sangue, o sangue da nova aliança, derramado em favor de muitos, para remissão dos pecados” (Mateus 26:28).
A ordem: Quando comparamos estes quatro relatos, podemos também ver a ordem na qual a Ceia foi observada. Jesus primeiro orou para agradecer a Deus pelo pão e então todos o partilharam. Ele orou de novo para agradecer ao Senhor pelo cálice, e todos beberam dele. Deste modo, ele chamou especial atenção para cada elemento da Ceia.
A Ceia do Senhor na Igreja Primitiva
O livro de Atos e as cartas escritas às igrejas nos ajudam a aprender um pouco mais sobre a Ceia do Senhor. Os discípulos se reuniam no primeiro dia da semana para participarem da ceia (Atos 20:7). Esta ceia era entendida como um ato de comunhão com o Senhor (1Coríntios 10:14-22). Era tomada quando toda a congregação se reunia, como um ato de fraternidade entre os irmãos (1Coríntios 11:17-20). Cada cristão era obrigado a examinar-se para ter certeza de que estava participando da ceia de um modo digno (1Coríntios 11:27-29).
Observações sobre a Ceia do Senhor
Ainda que o ensinamento da Bíblia sobre a Ceia do Senhor não seja complicado, muitas diferenças de entendimento apareceram depois do tempo do Novo Testamento. O único modo de sabermos que estamos seguindo o Senhor é estudar as instruções e imitar os exemplos que encontramos no Novo Testamento. Nunca estamos livres para ir além do que o Senhor revelou na Bíblia (veja Colossenses 3:17; 1Coríntios 4:6 e 2João 9).
A Santa Ceia, também conhecida como serviço de comunhão, é o memorial do sacrifício de Cristo, apontando também adiante, para a Sua segunda vinda. Esse serviço substitui a Páscoa anual da dispensação do Antigo Testamento, mas deve ser praticado mais freqüentemente, em harmonia com as instruções de nosso Senhor e a recomendação do apóstolo Paulo. Mateus 26:28,29; 1Coríntios 11:26.
O pão asmo e o vinho não fermentado usados na solenidade representam o corpo de Cristo que foi ferido no madeiro e o Seu sangue que foi derramado na cruz. O significado sagrado dessa cerimônia exige que seja restrita ‘aqueles que confessaram a Cristo através do batismo e se tornaram membros da igreja. 1Coríntios 10:16-17 e 11:24-29. "Porque, todas as vezes que comerdes e beberdes este cálice, anunciais a morte do Senhor, até que venha.” 1Coríntios 11:26.
 “A salvação dos homens depende de aplicarem continuamente ao seu coração o sangue purificador de Cristo. A Ceia do Senhor, portanto, não deve ser observada vez por outra ou anualmente, mas com mais freqüência do que a páscoa anual. Essa solene ordenança comemora um acontecimento bem maior do que o livramento dos filhos de Israel, do Egito. Aquele livramento era típico da grande expiação que Cristo realizou com o sacrifício de Sua própria vida para o libertamento final de Seu povo.”
 “A Santa Ceia aponta à segunda vinda de Cristo. Foi destinada a conservar viva essa esperança na mente dos discípulos. Sempre que se reuniam para comemorar Sua morte, contavam como Ele, ‘tomando o cálice, e dando graças, deu-lhes, dizendo: Bebei dele todos; porque isto é o Meu sangue, o sangue do Novo Testamento, que é derramado por muitos, para remissão dos pecados.
E digo-vos que, desde agora, não beberei deste fruto da vide até aquele Dia em que o beba de novo convosco no Reino de Meu Pai’. Mateus 26:27-29.”
A Ceia do Senhor: Passado, Presente e Futuro
Os discípulos de Cristo são privilegiados ao participarem com ele todas as semanas da Ceia do Senhor. Deste modo, ligamos o passado, o presente e o futuro.
Passado: Olhamos para trás, para o sacrifício que Jesus fez na cruz. Entendemos isto como sendo o fundamento e o centro de nossa salvação.
Presente: Quando meditamos no terrível preço que Jesus pagou para nos redimir de nosso pecado, nossa decisão de resistir à tentação é fortalecida.
Futuro: Entendemos que a morte de Jesus é a base de nossa esperança, e assim proclamamos nossa fé nele quando olhamos em frente para a volta do Senhor e para nossa salvação eterna. Não podemos esquecer nunca o dia negro no Calvário em que Jesus deu sua vida para salvar a nossa.
Que Tipo de Pão Deverá ser Usado na Ceia do Senhor?
Algumas igrejas usam pão sem fermento na Ceia do Senhor, enquanto outras insistem em usar pão fermentado comum. Qual prática é a correta, de acordo com as Escrituras? Somente pão sem fermento deverá ser usado na Ceia do Senhor, por duas razões:
1. Este é o que Jesus usou, e
2. este é o símbolo apropriado para o sacrifício perfeito de Jesus.
Consideremos a evidência bíblica apoiando estas duas razões.
 1. Pão sem fermento é o que Jesus usou. Os relatos nos Evangelhos (Mateus 26:17-30; Marcos 14:12-26; Lucas 22:7-23) tornam claro que Jesus comeu a Ceia do Senhor com os apóstolos durante os Dias dos Pães Asmos (sem fermento). Durante esta festa, que se originou quando os israelitas estavam preparando para sair de sua servidão no Egito, o consumo de fermento era terminantemente proibido (Êxodo 12:15). Não há dúvida de que o pão que Jesus usou na primeira Ceia do Senhor não era fermentado. Isto, por si só, é razão suficiente para se usar somente pão sem fermento na Ceia do Senhor, pois os verdadeiros discípulos de Cristo sempre procuram seguir seu exemplo e instrução (1Coríntios 11:1; Colossenses 3:17).
2. O pão sem fermento é o símbolo apropriado para o sacrifício perfeito de Jesus. No Velho Testamento, o fermento simbolizava a impureza que não poderia ser oferecida a Deus. Além da proibição do fermento durante os Dias dos Pães Asmos, a Lei de Moisés proibiu o uso de fermento em qualquer sacrifício ao Senhor (Levítico 2:11). O fermento é usado, no Novo Testamento, para representar a falsa doutrina (Mateus 16:5-12) e a corrupção moral (1Coríntios 5:1-8). Deus não aceita tal impureza nos sacrifícios oferecidos a ele. Para ser um sacrifício aceitável, Jesus teve que ser sem fermento (1Coríntios 5:7), isto é, sem pecado (1Pedro 2:21-25).
 O sacrifício sem fermento de Jesus nos ajuda a apreciar a importância da pureza em nossas vidas. O fermento da imoralidade tem que ser retirado de uma igreja local pela expulsão dos pecadores impenitentes (1Coríntios 5:1-13). Para participar da comunhão com Cristo e para ser um sacrifício aceitável por ele, temos que evitar o fermento da idolatria e do mundanismo (1Coríntios 10:14-16; Romanos 12:1-2).
 O Pão Asmo
Diz Strong: “Ainda que o pão que Jesus partiu na instituição da ordenança foi indubitavelmente o pão asmo da Páscoa, não há nada no simbolismo da Ceia do Senhor que necessite o uso romanista da hóstia.” (Systematic Theology, pág. 539). Quanto às palavras exatas desta afirmação, concordamos com Strong e vamos ainda mais longe e dizemos que o uso romanista da hóstia (um disco chato e pequeno de farinha tostada) tende a obscurecer uma parte do simbolismo da Ceia; mas entendemos que a afirmação de Strong implica que o simbolismo da Ceia não carece do uso do pão asmo. Carece e por três razões, a saber:
(1). Somente o pão asmo pode representar adequadamente o corpo sem pecado de Cristo. O fermento é, caracteristicamente, tipo do pecado e está assim representado em 1Coríntios 5, em conexão com a Ceia do Senhor.
(2). O pão asmo também responde a sinceridade de coração com que devemos participar da Ceia. “Guardemos a festa, não... com o fermento da malícia e da maldade, mas com o pão asmo da sinceridade e da verdade.” (1Coríntios 5:8).
(3). O pão asmo, ainda mais, acentua a necessidade de purificar a igreja"Purificai, pois, o fermento velho, para que sejais uma nova massa, assim como sois sem fermento; porque a nossa páscoa foi sacrificada por nós, a saber Cristo: pelo que, façamos a festa, não com o fermento velho, etc.” (1Coríntios 5:7,8). Esta passagem, seguindo a injunção de Paulo para excluir o incestuoso, mostra que ele ligou o pão asmo com a pureza da igreja.
Pelas razões supra, bolachas e pão fresco nunca devem ser usados na celebração da Ceia do Senhor. Melhor é não celebra-la do que celebra-la impropriamente.
 O vinho da Ceia do Senhor
Muitos há que celebram a Ceia do Senhor usando vinho alcoólico, o que dizer?
Jesus neste contexto haveria de nos ensinar a nos embriagar? ou simplesmente nos demonstra que seu Sangue puro e imaculado nada há que possa contaminar o homem, mas sim, purificá-lo de todo o pecado, quando humildemente nos afirma: "Este é o sangue da nova aliança derramado por vós". Como poderia ser então este sangue purificador alcoolizado, mas na verdade um sangue puro, o produto da videira, Jesus é a Videira, a qual nos aguarda para uma vida de humildade e amor eterno.
 O significado dos "lava-pés"
O "lava‑pés" é, em sua essência, um costume tipicamente judaico, que está ligado à purificação. Para nós, cristãos, que já estamos purificados totalmente (João 13.10), basta lavar os pés. Mas pessoalmente não creio que seja no sentido de passar águas nos pés, mas em dois sentidos principais. Primeiro, no sentido de servirmos, nos considerando menores do que nossos irmãos (João 13.15‑17; Romanos 12.10).
A importância do ato não estava em se colocar água numa bacia e lavar os pés daqueles homens, mas em QUEM estava fazendo aquilo. Se Ele chegou a fazer tal coisa, tendo que se curvar diante das Suas próprias criaturas, na condição de um Servo, o que não devemos fazer para imitá‑Lo. "Porque eu vos dei o exemplo, para que, COMO EU FIZ (e não o que eu fiz), façais vós também." (João 13.15).
O outro significado diz respeito ao nosso andar neste mundo. São os nossos pés que ficam em contato com o pó deste mundo, que se apega a nós. Quando um irmão vem me falar do Senhor e de como vale a pena segui‑Lo, sinto como se ele estivesse me lavando os pés. O seu ministério está tirando a poeira (as coisas deste mundo) que estava grudada em mim. Quão bom se tivéssemos mais deste lavar de pés com a água mais pura que é a Palavra de Deus! (Efésios 4.26).
O Tempo Divino e o tempo humano
Cristo desenvolve, durante o "Lava-pés", como em quase toda a História Sagrada, a pedagogia do exemplo, pois se investe voluntariamente de posição de extrema humildade para, então, ensinar que tal posição, que assume por um instante, deverá ser reproduzida eternamente por seus discípulos, uns com os outros. Todos deverão lavar os pés de todos para sempre, se até mesmo Ele assim o fez. A inversão voluntária de status entre Deus e homem ao longo do Novo Testamento e, especialmente, no instante da inversão das incomensuráveis relações de Poder ocorrida durante a crucificação é um dos grandes paradoxos do Texto Sagrado e, como tal, a afirmação, da própria divindade de Cristo. Por isto, a genealogia real de Cristo, que o vincula à Casa de Davi, faz mais sentido para a cultura religiosa judaica, que requeria um messias descendente daquele rei, do que para o discurso cristão que se consolidaria ao longo dos séculos, que iria buscar o Cristo que se faz humilde, igual e solidário por sua própria vontade.
A pedagogia do exemplo é explicitada pelo próprio Cristo, quando após o "lava-pés", apresenta uma pergunta e sua resposta aos apóstolos:
"12 Depois de lavar-lhes os pés, vestiu o manto, pôs-se de novo à mesa e perguntou-lhes: "Sabeis o que vos fiz? 13 Vós me chamais Mestre e Senhor e dizeis bem, porque o sou. 14 Se pois eu, Mestre e Senhor, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros. 15 Dei-vos o exemplo para que façais o mesmo que eu vos fiz." (João 13:12-15)
Vivendo sua condição divina, tudo o que Cristo faz é para sempre. O tempo divino é eterno e sem rupturas. Há uma continuidade essencial que vem do infinitamente antes e vai ao infinitamente depois do Seu nascimento e da Sua morte e ressurreição, passando pelo evento do Lava-pés e por todos os demais acontecimentos de Sua vida. O tempo fica como que cristalizado em cada ato divino, pois Deus, mesmo feito homem, é eterno e Suas ações também o são. Ele faz-se igual, ou até menor, apenas por um ato generoso de vontade. O paradoxo do Deus que se faz humilde, não exprime hierarquias, como as existentes entre os homens, mas algo muito maior: Seu amor pelo ser humano. A expressão "hierarquia" é, em si, inadequada para descrever a proximidade e a distância entre Deus e o homem.
Já o tempo humano segmenta e divide. Cristo institui o preceito de que todos devem lavar os pés de todos para sempre. Não é um acaso que o simbolismo da humildade do Lava-pés preceda cronológica e logicamente o simbolismo da partilha da Ultima Ceia, pois a relação de solidariedade (partilha) é conseqüência da prévia atitude humilde dos que dela participam. Tanto a atitude de humildade ditada pela emoção e por valores, como a relação concreta de solidariedade entre os seres humanos dela decorrente deveriam repetir-se todos os dias do ano de todos os anos e não, apenas, durante uma data aprazada, com o efeito - em geral inconsciente, é verdade - de reforçar as assimetrias de poder, prestígio e dinheiro no restante do ciclo. Considerando tais circunstâncias, aquele que lava os pés não deveria imitar o Cristo, que faz uma concessão temporária para fins de conversão de Seus seguidores, mas seguir o Cristo que propõe uma relação de igualdade projetada para a eternidade.
A repercussão do mapeamento litúrgico das emoções ao longo de um calendário anual no reforço das hierarquias sociais, por meio dos rituais que lhes são próprios, encontram paralelos em outras datas cristãs. Alguns hábitos transpuseram as paredes da igreja. Um bom exemplo é o impressionante comportamento de muitas pessoas que "tornam-se boas" durante o “natal” e vão às favelas, algumas adornadas por bizarros gorros vermelhos e entoando canções natalinas, presentear as mesmas crianças pobres que matam ou contribuem para que morram, durante o ano todo, com as práticas comerciais, a violência, a corrupção, o comportamento político ou, simplesmente, a omissão, que vivem em seu dia a dia.
O "Lava-pés", ritual da humildade, que precede à cerimônia da Ceia do Senhor, foi instituído por Cristo e prescrito à igreja cristã (João 13:1-17). O Objetivo dessa ordenança, obrigatória a todos os cristãos, é levar os participantes a examinar o próprio coração, e ver as próprias raízes de amargura e outros defeitos de caráter, e eliminar mal-entendidos entre os irmãos e ensinar a humildade, igualdade e amor fraternal.
“Esta ordenança é o preparo designado por Cristo para o serviço sacramental. Enquanto o orgulho, desinteligência e luta por superioridade forem nutridos, o coração não pode entrar em associação com Cristo. Não estamos preparados para receber a comunhão de Seu corpo e de Seu sangue. Por isso Jesus indicou que se observasse primeiramente a comemoração de Sua humilhação.”
“A ordenança do ‘lava-pés’ ilustra, de modo mais convincente, a necessidade da verdadeira humildade. Enquanto os discípulos contendiam entre si pelo lugar mais elevado no reino prometido, Cristo cingiu-Se e executou o trabalho de um servo, lavando os pés daqueles que O chamavam de Senhor.”
Qual a importância do "lava-pés"?
“Somos falíveis e temos errado muitas vezes. Voltemo-nos para o Senhor com arrependimento e confissão. Ao nos congregarmos para participar das ordenanças na casa do Senhor, endireitemos cada erro, tanto quanto estiver ao nosso alcance. Ao vos inclinardes perante um irmão a fim de lavar-lhe os pés, perguntai-vos: ‘Tenho eu alguma coisa em meu coração que me separe deste irmão? Teria eu dito ou falado alguma coisa que pudesse nos indispor um contra o outro?’ Se esse for o caso, removei o problema confessando com sinceridade o vosso pecado. Assim, um coração se ligará a outro, e a bênção de Deus se manifestará.” .
Lava-pés” é essencial numa cerimônia de Santa Ceia.
A Santa Ceia é uma cerimônia que Jesus Cristo nos deixou para lembrarmos de Sua morte e ressurreição e de que um dia estaremos com Ele nós céus, comemorando a nova vida, no reino de Deus. Mateus 26:29 relata: “E digo-vos que, desta hora em diante, não beberei deste fruto da videira, até aquele dia em que o hei de beber, novo, convosco no reino de meu Pai”
Cristo em sua vida nos deixou o exemplo de como devemos agir. Também em relação à Santa Ceia, ele nos orientou, dizendo: “Ora, se eu, sendo o Senhor e o Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros” (João 13:14).
O ‘Lava-pés’ é uma demonstração de humildade que indica que não somos superiores aos outros. E da mesma forma que Cristo, sendo Mestre, lavou os pés dos discípulos, devemos seguir Seu exemplo. Portanto, é importante que a Santa Ceia inclua a cerimônia do ‘lava-pés’, que prepara nosso coração, através da humildade, a participar desta ocasião tão especial.
A Santa Ceia, a fim de que seja completa, deve ter a cerimônia do “lava-pés”. Na igreja cristã havia esta prática. Na primeira carta de Paulo a Timóteo, capítulo 5 versículo 10 lemos: “Seja recomendada pelo testemunho de boas obras, tenha criado filhos, exercitado hospitalidade, lavado os pés aos santos, socorrido a atribulados, se viveu na prática zelosa de toda boa obra”.


Por Cristo. Em Cristo. Para Cristo.

5 comentários:

  1. Excelente material. Muito obrigada! Com certeza será uma benção na aula da Escola Bíblica.

    Priscila Jesus

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  2. Muito bom mesmo o conteúdo dos significados da ceia! Parabéns pelo blog!


    Marcos Marcelino

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  3. Rituais servem como espetáculos, enchem os olhos e provocam emoções passageiras. Todos os que insistem na prática dos rituais, são anti Cristo, avesso a Cristo não querem seguir o exemplo de Cristo, querem apenas praticar rituais e dizer que com isso se tornam santos. Querem templos, sacerdotes, hierarquia dentro das igrejas só faltam sacrificar animais.

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