Cresci ouvindo meu
pai citar (muitas e muitas vezes) o versículo: “Deus faz que o solitário viva
em família” (Sl 68.6).
A razão pela qual
ele enfatizava tanto isso tem a ver com sua história. Ele cresceu em uma
família que não servia a Jesus (quase todos vieram a se converter depois), de
modo que, pela ausência de valores bíblicos, apresentou inúmeras deficiências.
Meu avô paterno suicidou-se quando meu pai tinha apenas doze anos.
O fato dele não ter
morrido imediatamente após o auto envenenamento ameniza um pouco a situação,
uma vez que deu claras mostras de arrependimento no período de quase um dia que
levou até que, infelizmente, morresse.
Porém, mesmo antes
da trágica morte de meu avô, o meu pai não tinha uma vida familiar exemplar;
falta de afeto, rigidez excessiva na disciplina e muitos outros fatores
contribuíram para grandes lacunas emocionais.
O fato é que meu
pai cresceu não apenas sentindo a falta de uma família estruturada, mas, depois
da conversão, deparou-se com o que, para ele, era mais do que uma promessa, era
a revelação de um propósito divino: “Deus faz que o solitário viva em família”.
De alguma forma,
seja ao mencionar tanto esse versículo, ou ao ensinar outros princípios
bíblicos para a família, meu pai conseguiu encher meu coração com um sentimento
de muito valor para com a família. E, mesmo reconhecendo que o lar em que
cresci não era perfeito, percebo que meu pai me fez acreditar e sonhar com o
plano divino para a família.
E entendo que muito
do que o Senhor deseja fazer em nossas vidas depende do nosso entendimento
acerca do valor da família.
Portanto, penso que
a melhor forma de iniciar este livro seja destacando a importância que a
família tem. Quero, contudo, enfatizar a importância da família na ótica
espiritual, aos olhos de Deus e à luz do que a Bíblia ensina.
Muita gente só
enxerga o valor emocional, sentimental da família; mas o problema desta
avaliação é que a família somente é boa quando as circunstâncias respaldam tal
sentimento.
Quando há crise,
problemas de relacionamento e uma série de outros fatores que contribuem para
que as emoções se desgastem, o valor atribuído à família é seriamente
comprometido. Atribuir à família apenas o valor sentimental pode ser algo muito
traiçoeiro.
Precisamos ir além
disso, e entender o valor que o Pai Celestial agregou à família. E então,
somente então, poderemos trabalhar o valor emocional permitindo que ele se
alinhe ao que as Escrituras Sagradas nos ensinam.
Portanto, para
consolidar o conceito do valor familiar, quero discorrer sobre os princípios e
valores bíblicos acerca da família.
(continua no Parte 2)
Louvai ao Senhor!
Por Cristo. Em Cristo. Para Cristo.
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