É impressionante a
facilidade com que nos levamos aos extremos. De um lado, temos na igreja
pessoas que são viciadas em trabalho e cujas vidas não estão em ordem, pois
desrespeitaram a escala bíblica de valores, pondo o trabalho em primeiro lugar.
De outro, temos aqueles que relegaram ao trabalho o último lugar na sua escala
de valores, ou que nem mesmo colocam o trabalho em suas prioridades.
Quando a Bíblia
fala daquele que não cuida da sua família sendo pior do que o descrente (1 Tm
5.8), está falando, no contexto, sobre sustento material, sobre provisão das
necessidades físicas. Um cristão que não leva a sério o trabalho, ao ponto de
deixar sua família passar necessidade, está violando os dois valores mais
importantes que vêm logo depois de Deus.
O trabalho é uma
ordem bíblica. É o meio do homem sustentar sua casa e viver dignamente. Além
disso, por meio do seu ganho ele também poderá servir ao reino de Deus e ao
necessitado: “Aquele que furtava, não furte mais; antes trabalhe, fazendo com
as próprias mãos o que é bom, para que tenha com que acudir ao necessitado”.
(Efésios 4.28).
A Palavra de Deus
também diz que aquele que não trabalha está andando desordenadamente, fora do
plano divino: “Porque, quando ainda convosco, vos ordenamos isto: Se alguém não
quer trabalhar, também não coma. Pois, de fato, estamos informados de que entre
vós há pessoas que andam desordenadamente, não trabalhando; antes se intrometem
na vida alheia. A elas, porém, determinamos e exortamos, no Senhor Jesus
Cristo, que, trabalhando tranquilamente, comam o seu próprio pão.” (2
Tessalonicenses 3.10-12).
O mandamento de
Deus é claro: quem não trabalha, não deve ser sustentado pelos outros. Cada
homem tem a obrigação e a responsabilidade de se envolver com o trabalho; isto
não apenas o proverá quanto às suas necessidades, mas ocupará corretamente o
seu tempo, livrando-o de outros problemas. Paulo se orgulhava de nunca ter sido
um peso para ninguém, e de suas próprias mãos (seu trabalho) terem lhe provido
o sustento (At 20.34).
Mesmo quando Deus
chama alguém para o ministério de tempo integral – o que também é trabalho –
deve-se ter a sensibilidade de reconhecer que, em determinados momentos, devido
à falta de recursos, nada há de errado em se trabalhar em uma outra área até
que a condição de sustento mude – foi isto o que aconteceu com Paulo em Corinto
(At 18.1-5).
Na vida dos que se
dedicam de tempo integral, o ministério se enquadra na prioridade “trabalho”.
Jesus ao enviar seus discípulos para pregar e ministrar ao povo, aplicou a eles
o termo “trabalhadores” e mencionou seu direito de salário, que é a recompensa
legítima do trabalhador (Mt 10.7-10).
Alguns estudantes
crentes não sabem onde devem colocar seus estudos nesta escala. Considerando
que o estudo é um meio de profissionalização e preparo para melhores trabalhos,
deve ser colocado no mesmo lugar que o trabalho. Porém, algumas famílias
conseguem manter seus filhos somente estudando sem que trabalhem, mas a maioria
não. Portanto, devemos aconselhar e encorajar nossos jovens que enfrentem a
correria de exercer as duas atividades, pois, independentemente da necessidade
financeira, o trabalho engrandece e amadurece a pessoa.
Se dermos o valor
devido a cada uma destas atividades, mantendo-as em ordem na escala de valores
e respeitando esta ordem em nosso dia a dia, deixaremos de ter muitos dos
problemas que já tem nos incomodado. O trabalho tem o propósito de servir ao
cuidado familiar; mas requer muita atenção e equilíbrio de nossa parte, uma vez
que alguns, por se dedicar demais ao trabalho, acabam perdendo a própria
família da qual deveriam cuidar, enquanto outros, por sua vez, negligenciam o
cuidado básico.*
Louvai ao Senhor!
Por Cristo. Em Cristo. Para Cristo.
*Texto de Luciano –
Comunidade Alcance/PR
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