sábado, 7 de julho de 2012

A mensagem do profeta Amós aplicada nos dias atuais




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Amós foi um profeta de Deus no século VIII aC. Foi enviado de Judá, o reino do sul, a Israel, o reino mais corrupto ao seu norte, para chamar o povo ao arrependimento. A tarefa de Amós foi difícil. Sob o governo do rei Jeroboão II, a nação de Israel vivia na maior prosperidade desde os reinados de Davi e Salomão mais de 200 anos antes.



Aquele povo, como muitas pessoas religiosas hoje, interpretava a prosperidade como sinal da aprovação divina e, por isso, foi resistente aos desafios lançados por profetas como Amós. Mas Jeroboão II, como todos os reis do Norte antes e depois dele, foi um homem desobediente ao Senhor.

Depois de séculos de idolatria e rebeldia, o povo estava chegando cada vez mais perto do castigo de Deus.

Um povo abençoado pode perder o favor de Deus

Houve uma época em que o povo de Israel foi muito privilegiado. Deus o chamou da escravidão no Egito e lhe deu a terra de Canaã. Mas, prometeu castigar a nação se ela se tornasse desobediente (3.1-3).

Israel tinha um passado glorioso, mas, na época de Amós, não estava mais servindo ao Senhor.

O problema foi simples – eles deixaram de andar conforme a vontade de Deus: “Andarão dois juntos, se não houver entre eles acordo?” (3.3).

O povo se acostumou tanto com a sua prosperidade e o conforto que gozava que não conseguia nem imaginar um castigo severo. Não esperava a justiça de Deus, embora seus atos estivessem invocando a ira do Senhor sobre a nação rebelde: “Vós que imaginais estar longe o dia mau e fazeis chegar o trono da violência” (6.3).

Pode nos surpreender descobrir que este mesmo povo rebelde ainda mantinha diversas práticas religiosas. Hoje em dia, muitas pessoas acham suficiente fazer parte de alguma igreja e aparecer com alguma freqüência nas reuniões de louvor, talvez levando alguma oferta à igreja. Devemos congregar em uma igreja fiel (Hebreus 10.24-25), e devemos fazer as nossas ofertas (2Coríntios 9.7), mas Deus quer mais. O povo de Israel levava sacrifícios diários e levava os dízimos até duas vezes por semana (4.4), mas Deus o rejeitou! Apesar de participarem de alguns atos de adoração, esses israelitas não se converteram ao Senhor (4.6,8,9,10,11). Mesmo pessoas que freqüentam uma igreja e ofertam seu dinheiro podem ser rejeitadas pelo Senhor!

O Prumo de Deus (Amós 7.1-9)

No início do capítulo 7, Amós relata uma série de três visões de julgamento: os gafanhotos, o fogo consumidor e o prumo. Nas duas primeiras, Deus atendeu às súplicas do profeta e desistiu dos seus planos de destruir a nação. Mas na terceira visão, Deus deixou claro que não voltaria atrás. Israel seria julgado.

Amós viu um muro levantado a prumo (7.7). Israel foi construído conforme a planta de Deus, cumprindo as profecias dadas a Abraão, Isaque e Jacó. Quando se trata do povo de Deus, devemos lembrar que a casa pertence ao Senhor. Ele fez a planta original. Israel começou bem, conforme o plano de Deus.

O Senhor tinha um prumo na mão e disse que poria um prumo no meio do povo (7.7-8). Deus voltou, séculos depois da construção original de Israel, para ver se o edifício ainda estava reto segundo a planta original. A mesma medida usada na construção é utilizada para fiscalizar a obra séculos depois. Deus não procurava alterações e “melhoramentos” humanos. Ele queria um povo fiel às instruções originais. Jesus disse que ele nos julgará pela palavra revelada no primeiro século (João 12.48). Devemos nos preocupar com a nossa fidelidade à planta original.

Deus levanta com a espada na mão (7.8-9). Quando a casa não passou na fiscalização divina, Deus mandou derrubá-la! Entendendo a severidade de Deus contra o povo que desviou de seu propósito original, quem teria coragem hoje de mudar alguma coisa na casa dele?

A Rejeição de Amós (Amós 7.10-13)

Amós teve uma missão difícil. Este pastor de ovelhas de Judá foi enviado por Deus para a nação de Israel, durante o reinado próspero de Jeroboão II, para alertar o povo que Deus estava prestes a destruí-los. A pregação dele parecia ridícula. Como poderia uma nação forte, vivendo na luxúria do poder militar, ser tão rapidamente destruída? O povo ficou perturbado pela sombria mensagem deste pregador estrangeiro. Até mesmo os líderes religiosos, que deveriam compartilhar a nobre missão de Amós, rejeitaram-no e a sua pregação. Um sacerdote chamado Amazias, de Betel, disse a ele que voltasse para seu próprio país e que nunca mais profetizasse em Israel (7.10-13).


Considere as táticas e os argumentos de Amazias:

● Usou a sua influência política, pois não tinha argumento das Escrituras (7.10).

● Usou o povo – e não a palavra de Deus – como padrão, dizendo: “a terra não pode sofrer as suas palavras” (7.10-11).

● Desprezou o profeta de Deus por ser estrangeiro ao invés de considerar a mensagem dele (7.12). Amós não escolheu o lugar de seu nascimento, mas decidiu ser fiel ao Senhor e pregar a palavra pura de Deus.

● Defendeu seu “território” com a autoridade dada pelos homens, citando o santuário do rei – não de Deus! – e o templo do reino – não do Senhor! (7.13).

A Resposta do Profeta (Amós 7.14-17)

Amós não foi intimidado pela censura de Amazias. A réplica dele consiste de três pontos importantes, que ensinam lições importantes para os dias de hoje. Considere as palavras de Amós:

● “Não sou profeta, nem discípulo de profeta” (7.14). Amós não tinha o “pedigree” certo para impressionar os homens. Na linguagem moderna, ele teria dito que não fez seminário, nem curso superior de teologia. Ele veio da roça para pregar a palavra de Deus! Ele não pertencia a algum “clube de pastores” que se elevava acima das pessoas comuns, e até acima da própria palavra de Deus.

Amós seria bem-vindo na maioria das igrejas hoje? Pedro poderia pregar nelas? João Batista, com suas roupas rústicas e costumes esquisitos, poderia subir aos púlpitos nas igrejas nas nossas cidades? O próprio Jesus, rejeitado pelos líderes religiosos de sua época, seria aceito pelos líderes hoje?

Muitas igrejas hoje se preocupam muito em impressionar o mundo. Sua literatura e seus sites na Internet destacam os feitos profissionais e educacionais dos homens.

Não dá nem para imaginar Pedro apresentando “o nosso irmão, o famoso Doutor Paulo, formado em teologia na escola de Gamaliel, reconhecido internacionalmente como missionário de renome...”. O próprio Paulo considerava tais qualificações “como refugo” (Filipenses 3.4-11) e determinou pregar apenas a mensagem simples e importante de Jesus Cristo crucificado (1Coríntios 2.1-5). As igrejas de hoje que engrandecem as qualificações carnais dos homens devem sentir profunda vergonha diante de exemplos como Amós, João Batista, os apóstolos e o próprio Jesus.

● Mas o Senhor me mandou pregar (7.15). A única autorização que precisamos para pregar a palavra de Deus é a ordem do Senhor! Não depende de diploma, certificado ou qualquer outro documento humano. Jesus enviou seus apóstolos ao mundo (Mateus 28.18-19), e estes equiparam outros servos, que ensinaram outros a continuar fazendo o trabalho do Senhor (2Timóteo 2.2).

● Você pode tentar proibir a pregação da verdade, mas não mudará nada da vontade de Deus. Sua rejeição trará a ira de Deus sobre você (7.16-17).

Amós não foi criado para ser um profeta. Ele não recebeu treinamento especial em alguma escola para formar profetas. Ele era apenas um homem comum, que proclamou uma mensagem de Deus. Reis e sacerdotes não gostaram de sua mensagem, mas era a verdade.

Qual é a lição para hoje?

Deus não está impressionado com os ensinamentos teológicos em seminários, e nunca exigiu isso dos seus servos. Um homem não precisa da permissão de alguma autoridade eclesiástica para pregar o evangelho. O que ele precisa é de uma dedicação inabalável à verdade da palavra de Deus. Vamos esquecer de vazias credenciais humanas e insistir na pregação nítida da palavra inspirada por Deus. Esta é a verdade que nos libertará (João 8.32).





Por Cristo. Em Cristo. Para Cristo.

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