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Amós foi um profeta de Deus no século VIII aC. Foi enviado de Judá, o reino do sul, a Israel, o reino mais corrupto ao seu norte, para chamar o povo ao arrependimento. A tarefa de Amós foi difícil. Sob o governo do rei Jeroboão II, a nação de Israel vivia na maior prosperidade desde os reinados de Davi e Salomão mais de 200 anos antes.
Aquele povo, como muitas pessoas religiosas hoje, interpretava a
prosperidade como sinal da aprovação divina e, por isso, foi resistente aos
desafios lançados por profetas como Amós. Mas Jeroboão II, como todos os reis do
Norte antes e depois dele, foi um homem desobediente ao Senhor.
Depois de séculos de idolatria e rebeldia, o povo estava chegando cada
vez mais perto do castigo de Deus.
Um povo abençoado pode perder o favor de Deus
Houve uma época em que o povo de Israel foi muito privilegiado. Deus o
chamou da escravidão no Egito e lhe deu a terra de Canaã. Mas, prometeu
castigar a nação se ela se tornasse desobediente (3.1-3).
Israel tinha um passado glorioso, mas, na época de Amós, não estava mais
servindo ao Senhor.
O problema foi simples – eles deixaram de andar conforme a vontade de
Deus: “Andarão dois juntos, se não houver entre eles acordo?” (3.3).
O povo se acostumou tanto com a sua prosperidade e o conforto que gozava
que não conseguia nem imaginar um castigo severo. Não esperava a justiça de
Deus, embora seus atos estivessem invocando a ira do Senhor sobre a nação
rebelde: “Vós que imaginais estar longe o dia mau e fazeis chegar o trono da
violência” (6.3).
Pode nos surpreender descobrir que este mesmo povo rebelde ainda
mantinha diversas práticas religiosas. Hoje em dia, muitas pessoas acham
suficiente fazer parte de alguma igreja e aparecer com alguma freqüência nas
reuniões de louvor, talvez levando alguma oferta à igreja. Devemos congregar em
uma igreja fiel (Hebreus 10.24-25), e devemos fazer as nossas ofertas
(2Coríntios 9.7), mas Deus quer mais. O povo de Israel levava sacrifícios
diários e levava os dízimos até duas vezes por semana (4.4), mas Deus o
rejeitou! Apesar de participarem de alguns atos de adoração, esses israelitas
não se converteram ao Senhor (4.6,8,9,10,11). Mesmo pessoas que freqüentam uma
igreja e ofertam seu dinheiro podem ser rejeitadas pelo Senhor!
O Prumo de Deus (Amós 7.1-9)
No início do capítulo 7, Amós relata uma série de três visões de
julgamento: os gafanhotos, o fogo consumidor e o prumo. Nas duas primeiras,
Deus atendeu às súplicas do profeta e desistiu dos seus planos de destruir a
nação. Mas na terceira visão, Deus deixou claro que não voltaria atrás. Israel
seria julgado.
Amós viu um muro levantado a prumo (7.7). Israel foi construído conforme
a planta de Deus, cumprindo as profecias dadas a Abraão, Isaque e Jacó. Quando
se trata do povo de Deus, devemos lembrar que a casa pertence ao Senhor. Ele
fez a planta original. Israel começou bem, conforme o plano de Deus.
O Senhor tinha um prumo na mão e disse que poria um prumo no meio do
povo (7.7-8). Deus voltou, séculos depois da construção original de Israel,
para ver se o edifício ainda estava reto segundo a planta original. A mesma
medida usada na construção é utilizada para fiscalizar a obra séculos depois.
Deus não procurava alterações e “melhoramentos” humanos. Ele queria um povo
fiel às instruções originais. Jesus disse que ele nos julgará pela palavra
revelada no primeiro século (João 12.48). Devemos nos preocupar com a nossa
fidelidade à planta original.
Deus levanta com a espada na mão (7.8-9). Quando a casa não passou na
fiscalização divina, Deus mandou derrubá-la! Entendendo a severidade de Deus
contra o povo que desviou de seu propósito original, quem teria coragem hoje de
mudar alguma coisa na casa dele?
A Rejeição de Amós (Amós 7.10-13)
Amós teve uma missão difícil. Este pastor de ovelhas de Judá foi enviado
por Deus para a nação de Israel, durante o reinado próspero de Jeroboão II,
para alertar o povo que Deus estava prestes a destruí-los. A pregação dele
parecia ridícula. Como poderia uma nação forte, vivendo na luxúria do poder
militar, ser tão rapidamente destruída? O povo ficou perturbado pela sombria
mensagem deste pregador estrangeiro. Até mesmo os líderes religiosos, que
deveriam compartilhar a nobre missão de Amós, rejeitaram-no e a sua pregação.
Um sacerdote chamado Amazias, de Betel, disse a ele que voltasse para seu
próprio país e que nunca mais profetizasse em Israel (7.10-13).
Considere as táticas e os argumentos de Amazias:
● Usou a sua influência política, pois não tinha argumento das Escrituras (7.10).
● Usou o povo – e não a palavra de Deus – como padrão, dizendo: “a terra
não pode sofrer as suas palavras” (7.10-11).
● Desprezou o profeta de Deus por ser estrangeiro ao invés de considerar
a mensagem dele (7.12). Amós não escolheu o lugar de seu nascimento, mas
decidiu ser fiel ao Senhor e pregar a palavra pura de Deus.
● Defendeu seu “território” com a autoridade dada pelos homens, citando
o santuário do rei – não de Deus! – e o templo do reino – não do Senhor!
(7.13).
A Resposta do Profeta (Amós 7.14-17)
Amós não foi intimidado pela censura de Amazias. A réplica dele consiste
de três pontos importantes, que ensinam lições importantes para os dias de
hoje. Considere as palavras de Amós:
● “Não sou profeta, nem discípulo de profeta” (7.14). Amós não
tinha o “pedigree” certo para impressionar os homens. Na linguagem moderna, ele
teria dito que não fez seminário, nem curso superior de teologia. Ele veio da
roça para pregar a palavra de Deus! Ele não pertencia a algum “clube de
pastores” que se elevava acima das pessoas comuns, e até acima da própria
palavra de Deus.
Amós seria bem-vindo na maioria das igrejas hoje? Pedro poderia pregar
nelas? João Batista, com suas roupas rústicas e costumes esquisitos, poderia
subir aos púlpitos nas igrejas nas nossas cidades? O próprio Jesus, rejeitado
pelos líderes religiosos de sua época, seria aceito pelos líderes hoje?
Muitas igrejas hoje se preocupam muito em impressionar o mundo. Sua
literatura e seus sites na Internet destacam os feitos profissionais e
educacionais dos homens.
Não dá nem para imaginar Pedro apresentando “o nosso irmão, o famoso
Doutor Paulo, formado em teologia na escola de Gamaliel, reconhecido
internacionalmente como missionário de renome...”. O próprio Paulo considerava
tais qualificações “como refugo” (Filipenses 3.4-11) e determinou pregar
apenas a mensagem simples e importante de Jesus Cristo crucificado (1Coríntios
2.1-5). As igrejas de hoje que engrandecem as qualificações carnais dos homens
devem sentir profunda vergonha diante de exemplos como Amós, João Batista, os
apóstolos e o próprio Jesus.
● Mas o Senhor me mandou pregar (7.15). A única autorização que
precisamos para pregar a palavra de Deus é a ordem do Senhor! Não depende de
diploma, certificado ou qualquer outro documento humano. Jesus enviou seus
apóstolos ao mundo (Mateus 28.18-19), e estes equiparam outros servos, que
ensinaram outros a continuar fazendo o trabalho do Senhor (2Timóteo 2.2).
● Você pode tentar proibir a pregação da verdade, mas não mudará nada da
vontade de Deus. Sua rejeição trará a ira de Deus sobre você (7.16-17).
Amós não foi criado para ser um profeta. Ele não recebeu treinamento
especial em alguma escola para formar profetas. Ele era apenas um homem comum,
que proclamou uma mensagem de Deus. Reis e sacerdotes não gostaram de sua
mensagem, mas era a verdade.
Qual é a lição para hoje?
Deus não está impressionado com os ensinamentos teológicos em
seminários, e nunca exigiu isso dos seus servos. Um homem não precisa da
permissão de alguma autoridade eclesiástica para pregar o evangelho. O que ele
precisa é de uma dedicação inabalável à verdade da palavra de Deus. Vamos
esquecer de vazias credenciais humanas e insistir na pregação nítida da palavra
inspirada por Deus. Esta é a verdade que nos libertará (João 8.32).
Por Cristo. Em
Cristo. Para Cristo.
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